Tuesday, November 14, 2006

há muito que não passo no meu blog; mas uma coisa anda germinando. prometo dar novidades entretanto.

Wednesday, September 27, 2006

11-Set-06

Pensamento do dia: Finalmente o regresso.

Monday, September 25, 2006

Dominó Negro (07-Set-06)

Visto o meu fato de dominó negro
Com duas pintas por cinco
Fato pobre o meu
Mais pobre que arlequim pois esse virou moda e chega a custar mais.
Baile.
Afundo-me no meio da multidão
Incógnitos no meio de um baralho de dominós negros
Que não têm dinheiro
Ou não querem ser reconhecidos.

Não brilho na dança
Nem espero encontrar par
Procuro ver-me perdido no meio da gente
Que mais não tem que fazer
Apenas piropar.

A roda gangrena na valsa da meia noite
Sem me dar conta empunho uma loura inglesa
Pede-me que dance.
Eu acedo sem me recuperar do susto.
Voltas e voltinhas...
Saltos...
Um...
Dois...
Três...
Próximo andamento...
Ritmo...
Sob o jugo de uma mão ao meu ombro procuro dançar
- Triste destino o meu, só queria ficar só -
Espero ansiosamente que a musica acabe
Dar uma desculpa apressada,
Sair.

Vejo-me em casa.
Dispo o meu triste fato de dominó negro
Deixo-me cair na piscina
Afundar-me.
Ouço uma sinfonia enquanto boio sem destino.

Preto...
Preto...
Funerais...
Abadias, coisas non sense no tom da sinfonia.
Cheiro a naftalina do dominó à espera do próximo baile.

Thursday, September 21, 2006

Que foi isto que via seguro?
Como acontecera?
Essa coisa eterna
Que roubara a minha carne
Que é feita dela agora?

Entendi para onde ia
Para onde me levava
Maculado com imortalidade.
Soltei o meu barco
Larguei a minha amarra
E, milagre!!!
Estou vivo depois do inferno eterno
Que roi a minha alma
E devora a carne.

Sonhar Assim... (07-Set-06)

Um jardim jardim inteiro de delícias maravilha a minha alma,
Já de si tão iludida,
Desdobrando-se em mil fontes gerando riqueza
Mil estrelas cintilando nos céus,
Mil aves cantando na aurora;
Uma delícia vinda,
Não das Arábias portadoras do seco deserto,
Mas de uma Paris feita Amazónia
Onde uma Notre Dame é coroada com lianas e catatuas,
Onde a Eiffel copula com boas e relas,
Onde as trepadeiras invadem os centros tecnológicos pedindo harmonia.

Maravilha-me este jardim
Onde o homem pôde encontrar o frágil equilíbrio entre o ser e a natureza,
Onde pôde escolher entre uma aspirina ou uma tisana,
Onde coros cantam acompanhados de órgãos e aves,
Onde um comboio não perturba…

Poder escolher e ter…
Fora este o dom que tivesse eu recebido no meu nascimento
Em vez de tristemente assistir ao espectáculo
The falling man
E muito faria pelo mundo.
Vejo-me perdido entre cidades
Desfazadas de sentido, de alma
Mascaradas apenas,
Ofuscadas por cartazes, miséria e neons.
Não queria eu isto
Antes um airbus que me levasse
Para uma ilha deserta
Onde vivesse isolado com um computador, natureza e energia.
Faria mil coisas,
Comeria frutos,
Leria livros mil,
Veria filmes da Europa, China e Hollywood,
Assistindo impávido à queda do homem via CNN.
Entretanto fazia uma pausa para cuidar do meu jardim.
Não precisaria de encomendar roupas,
Mas teria tudo aqui
Veria a decadência do mundo
Como se fosse Deus.

Possa eu um dia sonhar assim…

Wednesday, September 20, 2006

Entranha-se no meu ser, mais uma vez, uma irreprimível vontade de discar aquele número que a minha memória retém no telemóvel. Bem sei que voz vai atender e o que irá dizer; uma voz profunda vinda dos abismos, de tempos imortais, mas com todo o vigor da juventude. Pergunto-te se estás sozinho, ao que me respondes que estás na rua com imensa pressa. Sei que de nada irá adiantar insistir para entrares num café e ires ao WC. Para todos os efeitos estás com pressa.
“Vem ter comigo.” Proponho ousadamente. Sei que te farás de difícil mas ao dizer-te que te pago… a coisa ajeita-se e acabas por aceitar o meu convite de vires a minha casa.
A campainha toca. Um vizinho chateia-me com uma reunião de condomínio; agradeço-lhe a preocupação de me informar e digo-lhe estar bastante cheio de trabalho, o que queria dizer era que estava à espera de uma pessoa. Despacho-o. Depois de o meu coração ter tido um sobressalto é confrontado com a decepção. O tempo voa e ele sem aparecer. Tento ligar-lhe mas não me atende. Mais de uma hora espero impaciente até que as minhas forças se esgotam e resolvo procurar esquecê-lo.
Muito mais tarde o meu telemóvel toca. É ele. “Que se passou?” Dizes-me que bateste num carro, se não poderia ir buscar-te. Eu rejubilo sentindo anjos a toda a minha volta. Meio atarantado procuro as chaves do meu carro. Vou ter com ele…
Ele entra-me no carro como um furacão. Vem furioso, a tempestade levantara-se mas o barco ainda estava em mar alto. Cerca-me com conversas banais a que vou respondendo, procurando imolar algum animal aos deuses do mar. A investidura é violenta e inesperada, tropical. A sua mão flúi como um rápido para a braguilha das minhas calças afundando-se no abismo. Os seus dedos dispersam-se e tacteia-me como os tentáculos de um polvo. Cravas o teu espinho venenoso e envolves-me nas areias do fundo.
“Pára aqui um pouco.” Uma onda assalta-me num rompante e eu deixo-me ser conduzido pelas sereias. Os seus beijos lembram-me corais, algas e baleias, coisas majestosas em mares imemoriais. Os tentáculos prendem com as suas ventosas a minha pele; o krakon fustiga o casco do meu navio removendo a sua cobertura. Deixas-me nu. Olhas-me com um olhar teu que me deixa ainda mais despido, como que a perguntar-me “que queres de mim” ao que responderia “que esse caralho me foda!!!”
Apressadamente procuro nadar um pouco para a superfície, apanhar uma valente golada e voltar às profundezas como um apanhador de pérolas. Voltas a cercar-me com o teu exército marinho e eu deixo que me leves até ao palácio de Neptuno onde definitivamente me afogarei. Viro para que invistas contra mim; ofereço-te a minha cara e nela carregas a tua ira; sinto o vaivém ondulatório do mar no meu corpo. Deixo-me ser levado por caçadores até ao centro de um cardume de baleias. Afago-lhes o rosto que é rijo mas mostrando suavidade enquanto o seu esguicho cai sobre mim em terno delírio. Abandono o corpo a essa tempestade que ainda fustiga sobre mim. Deixo que deslize para o fundo ao sabor desse azul penetrante. Pequenas ondulações fazem carícias no caminho do meu corpo até ao fundo. Encimam-se ruínas de uma Atlântida perdida, rodeiam-me túmulos enquanto o meu corpo repousa em cima de um canhão abandonado. Fecho os olhos.
“Acorda!” Uma onda, fria como o gelo bate-me em cheio na cara. Desperto numa praia desconhecida com um rapaz ao meu lado. “Está na hora de ir.” Dou-te algum dinheiro e deixo-te onde me dizes. Volto ao mundo que sinto deformado, distante, feio. Parece que estive como um náufrago anos e anos e voltava agora para um mundo que julgava recordar das imagens que fizera outrora...

Noite de Luar (06-Set-06)

Sei-o hoje com nítida certeza no espírito
Sei-o hoje porque me houveras aberto os olhos
Que me amas
Que me persegues em todos os dias da minha vida.

Banhas-te de luz pálida
Lembrando a palidez da minha alma tornada espuma
Vestes a tua bela túnica
Arrastas-me para a noite cerrada
Eu enfeitiço-me com o teu olhar
Despertando o monstro que Frankenstein fez de mim!

Olho-te
Olho-te e o meu olhar fixa-se em ti
Mais uma…
Todos os meses libertas uma fragrância que desperta os meus sentidos.
No dia-a-dia não te vejo
Só à noite
Só nessas noites
Derramas sobre mim a tua virilidade
E me convertes nessa criatura da noite.

Incendeias-me os pensamentos
Incendeio-te o halo que reveste o teu orgulho!

Merda!!!
Eu preciso de descansar,
Não tenho sono.
Uma impaciência arrebata-se sobre mim –
Poder dormir mas não conseguir…

Lua que minha noite encheis
De insónia nocturna feita canseira
Afastai-vos!!!
Afastai esse halo de mim
Halo monstro feito de falsidão!!!!

06-Set-06

Depois de a fúria e a ira terem passado, eis que uma vontade de fugir me assalta. Sinto-me ser perseguido neste lugar por pessoas que me não querem. O meu corpo mexe-se, agita-se dentro de uma carapaça apertada da qual não consigo sair. Assalta-me uma vontade de gritar, mas não sei que palavras dizer. Subo escadas e desço-as; volto a subi-las e outra vez a descer procurando acalmar a inquietação que me revolve as entranhas. Esqueço-me de que estou vivo sonhando ser um fantasma na mansão dos Canterville onde choro a minha rejeição. Pinto-me de vermelho para lembrar que tenho sangue uma vez que nem água nem fel escorrem de mim; refugio-me nos lençóis da minha masmorra esperando que de mim ninguém se lembre.
É manhã. O meu corpo transpira já o meu destino e a minha boca anseia por um pouco de água. Eu poderia abrir o chuveiro e aproveitar a minha nudez banhada de sol para me refrescar. De nada vale; as correntes que pesadamente arrastam o meu destino forçam-me a fazer o mesmo de sempre na minha mansão. A minha alma deseja rejeitar este lugar e fugir para um jardim…
Sentado espero a meia-noite. O cu dói-me de tanto tempo passar nesta posição e a minha garganta sufoca a aspereza do quente ar. Pego nos meus olhos e limpo-lhes a pupila; talvez consiga deste modo ver uma saída onde ainda tenho andado cego… todos os momentos me fogem das mãos e eu carrego tristemente o meu destino
Se ao menos o sol me despertasse no horizonte…

Horas mortas (04-Set-06)

Ofusca-se o meu mundo pela recusa
De uma esperança em ouvido sentir
Parando num ultimo desejo de fugir
Fora essa aspiração realidade – uma fuga…

Longe os meus sonhos acontecem
Cheios de penosas esperas – amordaçado
Frio, com o espírito revoltado –
Amigos e datas distam mas não esquecem.

Pena-se por se ousar nascer
Num berço de campo quase cidade
Mas esquece-se a vida e a saudade
Em prol do sonho em querer

Gritam-se palavras, ocas me soam
Chegando-me incompletas, distorcidas
E outras ideias que estavam adormecidas
Preenchem as horas mortas que não voam.

Espero como o voo de libelinha
Um patético pairar com essas pás
Imitando asas, sem saber como se faz
Essa coisa de voar – triste sina a minha.

Sei, procuro ser dramático
Sem ter vida q o justifica
Com uma alma que tudo complica,
Sou ser que sem problemas é problemático.

Sem que há minha volta percebam
Sem ter família com ouvidos
Sem largar os meus sonhos perdidos
Procuro voo sem que pesadelos apareçam.

Sonhei ser um astro de mim
Sempre sendo um quase
Alma patética na qual se nasce
Nasce-se e pronto, é-se assim…

Quase deus, quase sol, quase mar
Que mais espero eu da vida
Senão a força de viver cada dia
Passando o tempo a sonhar.

Tuesday, September 19, 2006

02-Set-06

Pensamento do dia: Sou astro de mim mesmo

01-Set-06

A insónia assombra esta minha noite. Olho em redor e procuro nas sombras algo que me repouse. Nada. Acendo a luz. Levanto-me. Com pouca roupa vou à casa de banho e dispo-me completamente. Olho-me ao espelho. Não tenho qualquer emoção. Atiro com três rosas vermelhas para o lixo; alguém, me amava. Olho a minha cara no espelho. Amanhã sei que terei umas terríveis olheiras da minha incapacidade de repousar. Volto ao meu quarto e deito-me. Nu. Sinto sobre a pele aquela estranha sensação de nos sentirmos sem roupa, de estarmos desprotegidos mesmo no verão. Volto a levantar-me e vou até à casa de banho buscar a roupa interior que lá deixei. Desta vez não me sinto inexpressivo; o meu sexo estremece como que a buscar a minha mão para o acariciar. Pelo na minha roupa e num ápice meto-me no quarto. Apesar de a minha casa estar vazia sinto que alguém vai aparecer e apanhar-me assim, nu. Deito-me de novo na cama e respiro calmamente. O meu corpo pede um pouco de prazer ao que eu tento reprimir.
No alto de uma coluna Apolo chora. Tem nas mãos uma lira quebrada que a atira ao chão. Desce do pedestal e aponta-me o deserto num eterno crepúsculo. Ao longe uma nuvem aproxima-se. Dois cavalos. Ambos machos vigorosos castanhos de cor. Ambos subimos para a sua garupa e cavalgamos uma imensidade. A meia-luz mantém-se ao chegarmos junto a um rochedo. Ao aproximar apercebo-me que passara o caminho todo a chorar. Pousa a sua mão em cima da minha perna ao que reajo de imediato. A beleza abandonou o mundo e ele recusa-se a morrer. O seu carro não brilha mais no céu, mantendo-se essa luz difusa.
Desmonto do cavalo e ajudo-o a descer. A minha mão pousa na sua nádega e os meus olhos no seu sexo entesado. Os dois unimo-nos como se nada mais houvesse que a esperança de sermos os últimos.
Dois templos erguem-se majestosamente a uma pequena distância um do outro. São rivais. No interior de um alteiam-se ogivas com esplendorosos vitrais; grossas colunas suportam o pesado tecto bem alto. No outro templo linhas direitas, clássicas unem-se em harmonia com o eclodir da cultura; colunatas branqueiam a vista com as sedas orientais. No meio deles uma multidão bem grande. Parecem formigas, deslocando-se como um viscoso fluído entre mim e o Apolo. Os nossos olhos cruzam-se; o seu choro procura apaziguar a minha ira. As pessoas da multidão carregam machados e forquilhas, cadáveres em chamas, tudo armas que contra nós arremetem. Os nossos altares ardem, os vitrais estilhaçam-se, os véus rasgam-se em farrapos, os telhados vêem abaixo e toda a nossa majestade é motivo de chacota. Apolo tenta vir-me socorrer enquanto as pilhas de gente se aglomeram a destruir tudo à sua volta que lhes lembre de nós.
Uma cama de casal no meio de uma fábrica abandonada. Ele espera-me em cima dos lençóis de cetim. Os cavalos ao longe mastigam areia à sombra do rochedo que se assemelha a uma esponja. Ele chama-me e sigo a voz. Agarra-me nos pulsos atirando-os para cima da cama. O meu corpo imobiliza-se, deixa-se ficar aos seus caprichos. Ele lambe o meu sexo sem qualquer avidez. Reparo no céu que agora está negro. Do exterior da fábrica sinto o calor de chamas; uma urgência, estamos em perigo.
As portas são abertas por homens que não são ainda homens mas que o seu olhar, nessa face de criança lembra que muito cedo foram obrigados a crescer. Olham-nos estarrecidos. Meios cheios de raiva, meio desilusão avançam para nós.
A urgência provoca-me; a minha esporra esguicha para o meu peito ao mesmo tempo que Apolo se vem para cima de mim.
As crianças fecham agora os olhos. Já não são crianças mas antes velhos que apodrecem na fábrica abandonada. Deixam cair as suas foices e bengalas. No tecto abre-se uma janela de onde vem uma mão que me leva. Os velhos voltam ao trabalho que faziam nessa fábrica enquanto outros mais jovens aparecem para lhes dar ordens e espetar bastões nos cus em caso de desordem. Deixo de sentir o belo…
Acordo abalado. A imagem de Apolo ainda me povoa o cérebro. Sinto que algo de belo se perdeu esta noite, algo de belo morreu…

Passagem das Horas (01-Set-06)

Recorda-me sempre de mim
Sempre que me olhares
E nos sentidos despertos recordares
Os beijos vindos de mim

Procura achar as tuas asas
Quando chegar o momento
De desespero ao pensamento
Chegar e te partir as asas

Olha bem o estranho quadro
O meu rosto nele estampado
Com algas no couro cabelado
E manchas pretas em todo o quadro

Relê todas as minhas cartas
Escritas com sangue de sereia
Letras fugazes, palavras de areia
Que enchem folhas nessas cartas

Ouve a nossa música
Todos os acordes desse bater
Os corações a pulsar, paixões a ferver
Cheios de cor e música

Mastiga as nossas roupas
Que se fizeram asco, fel
E recorda as belas noites de mel
Em peles nuas, sem roupas

Vejo que nada te fugiu
Que buscas na vida a beleza
Mas nas mãos uma certeza
Um coração que não te fugiu

Levei para te achar anos
Brinquei com fogos amorosos
Comi gajos deliciosos
E passaram-se anos

A estação da nossa vida
É feita de comboios que vão e vêm
Feita de coisas que nada têm
Feita de fumo vazia de vida

Fizemos alegres festas
Cheias de gente conhecida
Depois vinha aquela hora perdida
Em que a tua mão me fazia festas

Soube que era sonhar impossível
Com coisa tão áspera e dolorosa
Com essa vida escondida mentirosa
Com um amor de todo impossível

Monday, September 18, 2006

01-Set-06

Mira-se o fim com um copo de aspirina na mão, uma dúzia de varizes e uma constipação para ajudar. Há três dias que não ouço o som da tua voz e isso deixa-me enfermo. Não como, não durmo, trabalho até a cabeça estourar, fico noites inteiras numa constante insónia, adormeço ao som de panfletos cartazes e anúncios, perco peso.
Os McDonalds’ e as Coca Colas revolvem o meu estômago, reparo em recortes de jornal mostrando tatuagens, acidentes de viação, pessoas assassinadas e recordo a minha morte envolvida em paninhos de alquimia. Rasgo uma revista de moda porque nem Versace nem Dior, Cavalli, Chanel ou Hugo Boss me caem bem, destoando no meu tom de pele.
……………………………………………………
Há três dias que não te vejo e sinto que essa onda a embater contra mim me atira para o infinito como em The Perfect Storm. Penso que não mais me queres ver e por isso a necessidade urgente em fugir. Fugir de ti, fugir de mim, dos outros, desta coisa a que chamamos vida, mas em mim a vida escoa-se a tons quase invisíveis como o cair da areia no relógio de Alexandre.
……………………………………………………
O tempo da espera mata-me enquanto a esporra das entranhas me extasia numa fantasma sensação de prazer. Procuro esse prazer que me davas e que vejo agora tão distante. Entro numa disco para dançar um pouco. Procuro divertir-me, quem sabe conhecer pessoal, mas a minha impaciência em breve toma conta de mim e sem conseguir controlo atiro o dinheiro à empregada e saio.
……………………………………………………
Entro no parque. Noite alta. Alguns carros parados fazem vigia nocturna às pessoas que passam. Procuro mijar o que trago na bexiga e um gajo olha-me constantemente. Não é bonito, mas isso não me incomoda, nada quero com ele. Dou corda aos sapatos e noto que me segue constantemente. Perco a noção das horas e do sítio onde estou. Sinto-me como um louco.
……………………………………………………
Volto à discoteca
Volto a sair
Desço a rua
Sento-me num banco
Farto-me de esperar
Vou para casa
Tiro a roupa e enfio-me na cama
Não durmo. Bato uma punheta
Venho-me e ainda estou sem vontade de dormir
Acordo às seis da manhã
Emborco o pequeno-almoço num trago
Faço as malas a correr
Corro para o autocarro
Vou a 100km/h para o meu destino
Apanho um táxi
Entro em tua casa
Apanho-te com outro
Saio a correr para lado nenhum
Recuso as tuas chamadas insistentes
Entro num bar
Engulo uma vodka
Bebo outra
Apanho uma bebedeira
Levam-me à tua cama
Durmo…
………………………………………………

29-08-06

Pensamento do dia: No lugar de florestas vejo desertos... prédios...

28-08-06

Estou no bar do costume à espera dele. Nada é que habituado não esteja. Sento-me, olho as horas e penso no tempo que posso dedicar à sua espera. Os minutos passam e isso parece não acontecer. Passa um pouco o tempo e viro mais uma folha do livro que leio, nesse capítulo que está prestes a acabar. Ele não vem. Uma espera interminável, um desespero constante. À leitura retoma o meu pensamento. Esqueço o motivo pelo qual ali estou à espera. A certo momento sinto que não estou a fazer mais nada ali. As minhas engrenagens de miosina deslizam para que possa ir pagar e sair.
Dou uma passagem pelos lavabos. Ele também ali está. Parece-me que entrou agora. Quando vou aos lavatórios ele também lá está.
- Onde tens estado?
- Por aí…
- Não tínhamos combinado qualquer coisa?
- Talvez… Perdi a noção das horas.
Ele olha-se intensivamente e de forma muito comprometedora. A nossa fixação um pelo outro é tamanha que ao entrar alguém na casa de banho a nossa concentração é perturbada e agimos de forma fria, voltando o nosso pensamento para o lavar das mãos.
- Fartei-me de te esperar.
Saio da casa de banho ao mesmo tempo que ele. No entanto, assim que atravesso o vão da porta perco-lhe o rasto.
Horas depois ele vem ter comigo a pedir-me para tomarmos banho juntos. Eu acedo. Enquanto encho a banheira de água e espuma apercebo-me que “se eu me afogar nesta água, ele afoga-se também”.

Wednesday, September 13, 2006

27-agos-06

Às vezes penso que escrevo sempre o mesmo. Arrumo meia dúzia de palavras e misturo-as de modo diferente. Penso mil coisas e o que passo não passa do mesmo; não se pode ser perfeito.
Pensamento do dia: não existem santos.

Um Caminho Tortuoso (27-agos-06)

Um caminho tortuoso
Uma fúria incontestada
Uma bruma não clareada
Um dia invariavelmente chuvoso

As janelas de uma casa
As vértebras de um pescoço
As ondas no fundo de um poço
As penas em ave de uma asa

Sob sussurros em florestas
Sob os cantos de opereta
Sob a lealdade dos estafetas
Sob a alegria em todas as festas

O que sou…
O que queria…
O que me rodeia…

Valete de Copas (26-Agos-06)

Corpo escultural
Olhos marotos
Assim te vejo eu com desejo
Sempre que aqui venho

Olho com dor para o teu traseiro
Enquanto secamente perguntas:
“Vais tomar alguma coisa?”

Restos de Mim ()

Toda uma vida espera desespera
De encontro ao puro desejo
Encontro-me
Desencontro-me
Ao longo de mais de duas décadas
Procurei:
Haverá razão para existir
Haverá razão para morrer…
Não encontro na vida uma solução
Uma essência
A morte persegue-me.
Contra a morte violentamente me arrebato
Tento das trevas me libertar.
Sonho…
Dias melhores hão-de vir;
Hão-de preencher-me o vazio que me cerca
Eu…
Tu…
Amamo-nos
Sonho ter-te e nunca nos encontramos…
Imperturbavelmente
Mantemo-nos no nosso lugar;
Tu enrolas-te em desejo
Eu espero-te em segredo
Ninguém nos vê
Ninguém nos ouve
Podemos ser o que quisermos.
Mato-te,
Tu a mim,
Não existimos…
Tu és uma ilusão de mim
Enquanto tu me sonhas
Agarro-te o pulso ante a nossa fusão irreal
Suamos a nossa fantasia
Em estilhaços cujos cacos apanho como restos de mim.

Um sopro
Uma aurora
Um olhar

Acordo com a sensação de me ter visto a um espelho deformado
Sentir-me um narciso.
Mas apenas restava o trágico destino da minha existência...

Tuesday, September 12, 2006

25-agos-06

Preguiça em escrever, farto de ler, penetro cada vez mais fundo nesta minha clausura. Procuro algo que, nesta minha profunda solidão, não encontro e que fugazmente vislumbro em pequenos momentos ao telefone.
O som do mar ecoa-me no espírito e a brisa da praia investe como um fulgor que tenho em me livrar destas paredes. Em clausura, como ma soror leio livros medievais, livros com histórias de padres, amores e irmãs. Invisto na modernidade vasculhando no movimento dos meus dedos a forma de conquistar o mundo em frente a um ecrã. A sobejar a isto tudo, como uma violenta onda procuro encontrar a BELEZA. Procuro um cânone, uma diva, um modelo grego. Procuro palpar o que de bonito possa haver na tragicidade de uma vida amaldiçoada pelo destino. Pateticamente invento um ensaio sobre essa mesma beleza e nada mais acontece, tudo gira em turbilhão sem que saia do mesmo sítio.
Uma escultura, por muito bonito que seja um bloco de pedra, tem sempre algo mais. Não digo que seja a cabeça do autor, porque isso é impossível de recriar, transmitir, de reproduzir… a maior frustração de um autor é isso, é o escrever, é o esculpir, é o desenhar, o pintar, o filmar ou criar seja o que quer que seja sem que consiga transmitir nitidamente “o que deveras sente”.
De forma alguma procuro ver como o autor via a sua obra, ler um romance como o leria o seu romancista, não me interessa em distrinçar um canto da Ilíada. Procuro apreciar o que nisso é belo, tirar do que aprecio um fugaz momento em que detenho os meus sentidos. Ver que isto é bonito e senti-lo no meu corpo, transpirá-lo por todos os poros. Uma experiência de uma impressão pessoal. Impressão quer ela seja trágica ou estética, cómica ou puramente conceptual. A beleza tem de atingir-me.
Acordo no inicio da noie com o corpo a doer-me. Os olhos a lantejar. Não consigo respirar. Temo escoar-se de mim a vida. A minha cabeça trabalha a mil à hora. Parece que mais cedo enlouqueceria que o ténue fio que me prende a este mundo seja cortado.
Completamente alucinado desço tremulamente as escadas para ir buscar algum remédio para esta enfermidade. Povoam o meu espírito alguns espectros do meu passado que teimam em deixar-me. Encontro, enfim, algo que de forma fulminante me deixe sacrificialmente dormir. Acordo já manhã alta como um pátio limpo após uma chuvada. Vou pensado “até quando? Até quando estas insónias continuarão a atormentar-me?” descubro-me insano e completamente néscio. As trevas que se acenderam em mim escoaram-se e a droga começa a fazer efeito. Posso dormir descansado.

MAIS!!!!!!!! (22-Agos-06)

Rasguei os teus elos para que te fodesses, oh amor!!!
Sempre com essas correntes
Batendo sobre a tua carne já dilacerada por lâminas
Sempre essas cicatrizes
Lambo-te as feridas fazendo-te a pele arder
Sempre, sempre te vejo puta

Olho, olho, procurando perceber
Se este olhar que te lanço
Te fere ainda mais na carne
Se essas lágrimas são de prazer

Arrancas o meu braço à preguiça que não deixo de sentir
Estando a tentar resistir
Não sem se te prenda, se te esfole, que possa eu fazer
Estando a ti acorrentado
Com o chicote na mão recusas minhas carícias ternas
Estando em mim o querer-te violar

Recuso-me a ser para ti violento
Mas abandono-me à tua fatalidade
Morte certa, luto posterior, nada mais
Deixar em mim um descontentamento

Fico sem entender como te dá prazer a minha brutez
Mas néscio deixo-me levar
Não sei se é bem ou é mal eu ver-te assim chorar
Mas com olhos de alegria
Insurges do teu véu que rasgo de cima a baixo
Mas ainda pedes mais!!!

Imagem (22-Ago-06)

Arriam-se bandeiras, espalha-se a peste
Nada há neste mundo, nada que preste

Escreves-me longe sob o jugo de trovões
Cercado de morte, ruindo leões

Entre tiros e mísseis, muita sujidade
Ouço clara essa voz, pedes humanidade

Mãos de homens te cercam, mãos te estendem
Ninguém ajuda dá, todos ajuda pedem

Sem mais loucuras, inalo uma perfeição
Uma onda forte como dor, subtil como inquietação

Mundo imaginário, mundo real
Não sei se és paraíso, se és puro mal.

A vida em mim é um peso comprimido (19-Ago-06)

A vida em mim é um peso comprimido
Vida é tons de violeta e negro
Acontecendo o que tem de acontecer
Sendo livre quando assim der
Com ou sem asas
Voar para sempre ou obscurecer

Minha vida é um bote sem rumo
Uma paisagem despida de rochas e flores
Uma aurora por em nascimento precoce
Um abrir de olhos eterno em insónias
Um sentir que tudo em mim é pequeno e não cresce.

Penetrar-te como um desejo (18-Ago-06)

Nada mais tenho a dizer
Perante esse olhar que
“Adeus até um dia”

Um forte impulso atravessa-me
Como desejaria assaltar-te a roupa
Rasgar a tua pele macia
Limpar a carne que te consome
Achar o teu cerne

Apenas quero penetrar-te
Apenas arrancar as tuas máscaras
Fundir os teus muros

Soltar o meu, o teu, o nosso
Quem sabe um dia futuro desejo

Hoje tudo me sabe a fel (18-Ago-06)

Hoje tudo me sabe a fel
Amargo como o mundo ando sem o conseguir deixar de ser
Pelo meu corpo escorrem lágrimas amargas
Desfaleço ao som dolente de Ave-Marias chutadas por beatas
Cadenciam-me as engrenagens enferrujadas baixos de uma sinfonia
Ouço até à exaustão todos os acordes que me chegam
Até que a minha triste alma seja apaziguada.
Anjos a todos violo num cemitério apodrecido
Lírios meto na água esperando darem
… jovens marcham…
E eu devoro,
Rasgo,
Como,
Vísceras a desfazerem-se!!!
Plástico apodrecendo!!!
Desdém solene.

Sunday, August 06, 2006

em formas de tempo os lírios e rosas vermelhas sobre um caixão a apodrecer. a lua revelou já que continuará a assistir ao nascer da noite bem brilhante, nítida e serena a mostrar que é raínha das trevas.
um homem cava usa as suas mãos de homem para pegar numa pá e meter cunhas sucessivas no solo. mete e tira um monte de terra. é noite. os seus ombros não fraquejam a cada machadada no solo. esta é uma noite de lágrimas, uma noite para esquecer...
ele continua sozinho naquele que sempre será o seu cemitério. continua, continua... a profundidade vai aumentando até que fique completamente soterrado. não dará para continuar, o suor aumenta mas deverá continuar; ninguém deverá saber que ela morreu... ninguém!!!
é noite. um bafo de ar suspira por entre os ramos mortos da floresta ameaçadora. as folhas caídas enmarenham-se nos fios dos cabelos dela dando-lhe uma paz com o ambiente que a rodeia. ela tem os lábios fechados como se estivessem preparados para dar um beijo. o ar sereno dela lambe a lua como se dela fosse namorada. os seus olhos não pedem nada mais que fosse um momento mais... no seu regaço repousam as flores tão dolentes, tão mortuchas pedindo que ele se despache.
apenas um tiro bastou. apenas um sopro de uma arma rompeu o fio que tão suavemente a ligava ao mundo dos vivos. um tiro apenas rasgou a sua pele e se alojou no lugar que destinado era ao coração.
uma sombra aproxima-se dela. uma nuvem bloqueia-lhe a visão da lua. ouve-me. sente-me. repousa minha querida enquanto te afago a tua cabeça e suplico para que o teu anjo te afaste do perigo. dorme minha querida que eu cuido de ti enquanto ele está distante. dorme...
disseram-me que estarias aqui. foi por isso que vim, sempre te amei. sempre!!! foi por isso que vim. para te beijar, para te amar. vem, dorme no meu regaço, repousa sobre o meu peito enquanto ele te alimenta de vida. deixa que o meu orvalho chegue à tua boca e te lamba os lábios.
a lua voltou e ele terminou o seu trabalho. depositou o cadáver e afastou-se a correr o mais que podia. aquele lugar trazer-lhe-ia más recordações a partir de então. os seus olhos reflectiam a tristeza da lua. ambos choravam o seu amor. Luna lhe chamam... e perto daquele velho carvalho muita gente ainda hoje se apaixoma e desflora o seu amor a lembrar que um amor deve sempre ser banhado pela luz da lua.

Sunday, July 30, 2006

gaychoice.com4 - Hibernação

há alturas do ano em que pouco se passa na minha vida e mesmo que passasse teria muita dificuldade em mostrar o que se tinha passado comigo. os meus pensamentos vagueiam por estranhas paragens onde vampiros me fazem uma amigável companhia enquanto espero que este tempo de espera passe e eu volte à minha vida normal.
as vindas a casa dos meus pais são sempre preenchidas por um tédio de morte que apenas é perturbado pelo trabalho que vai surgindo para fazer ou pelos livros que leio. pouco produtivo é esse tempo; a única coisa que aproveito para fazer é esvaziar a cabeça, procurar descansar alguma coisa para que a vida que se avizinha venha e seja por mim recebida em todo o esplendor.
todos os meus amigos estão longe. não dá para combinar cafés... alguns encontro-os cada vez que venho à net, as raras vezes; outros sei lá... espero ligar-lhes durante o verão. é tempo de supostamente reparar forças mas a verdade é que não consigo isso verdadeiramente e sempre que acaba o período de férias acabo com uma profunda decepção por não ter descansado o suficiente. mas enfim...

Tuesday, July 18, 2006

em dias como este sento-me o oloho para o meu mundo a não correr como eu desejaria. projectos a ruir, casas que não se querem levantar e toda uma cidade que persegue. em dias como este desejaria ser uma toupeira que escava o seu esconderijo e procura isolar-se do resto do mundo para viver à sua maneira como os instintos lhe sugerem viver.
em dias como este desejaria ser um albatroz para voar para muito longe e ir para um sítio onde pudesse sonhar e sonhar.
em dias como este so me apetece olhar para a água do rio e deixar-me levar.

porque é que em certos dia uma pessoa envolve a sua cabeça em problemas cada vez mais profundos e resolve resolver as coisas da forma mais radical q imagina????

Thursday, July 13, 2006

Festa nas Farmácias

A noite já ia alta quando saíra da discoteca com o D. e o R. A vodka que bebêramos deixara-nos um tanto ou quanto bem dispostos. Eu gostava imenso de sair com eles porque sempre que o fazíamos acabávamos por engatar alguém. Nesta noite as coisas não estavam a correr muito bem e o R. achou que era altura de mudar de sítio. A meu convite fomos para minha casa beber uns copos de martini bianco. Primeira rodada para aquecer as coisas. Nessa altura o R., loirinho de olhos azuis tipo actor de cinema, queixou-se de uma gaja ter recusado o convite que lhe fizera. O D. dissera-lhe que haveriam muitas mais por aí e, se quisessem passariam na rua a pescá-las como peixe.
Eu não me senti muito à vontade com a grade masculinidade do D. mas a verdade é que ele sempre tivera aquela forma de ser e era de nós o mais extrovertido; razão pela qual já levara também as mais valentes chapadas a que assisti em engates.
Apesar de ser bi, escondia completamente os meus gostos deles; para mim era importante passar como engatatão com eles e enquanto não descobrissem nada, as coisas estariam bem.
A certo momento o R. decidiu que já não queria mais sair. Estava farto de gajas por hoje e queria ir dormir. Tanto eu como o D. começamos a chatea-lo dizendo que estava era com miúfa, que não queria apanhar mais uma borracheira. Ele disse que estava era com preguiça. Continuámos a beber e a dado momento decidimos que não iríamos sair mais naquela noite. Até às 05:30 estivemos a falar das coisas mais estúpidas que se podem falar. O sono começou-me também a chegar perto e disse-lhes que se quisessem dormir lá estavam à vontade. Para meu gáudio aceitaram e prepararam-se para tirarem as roupas e vestirem umas t-shirt que tinha. Nenhum de nós quis admitir que tentara olhar para os outros e ver como era o seu pénis, na altura ainda não tínhamos desbravado caminho suficiente.
Não sei verdadeiramente como a coisa começou a sério, mas a dado momento reparei que o pau do D. começava a ganhar tusa. Ele parece não ter reparado no meu olhar mas a verdade é que reparou no R. a olhar para ele.
- Para onde estás a olhar? Para isto? – dizendo isto meteu as mãos no seu sexo dando-lhe mais vigor. O D. corou um pouco e perguntou-lhe qual o motivo de tal excitação. – Talvez seja a tua pessoa, queres ver.
Depois de sentir que haviam quebrado o gelo, foi a minha vez de agir e espetei um valente beijo no D. a reacção do R. foi a reacção de um típico invejoso; razão pela qual se atirou a nós e com os seus músculos nos deitou ao chão. Estávamos os três excitados e fora por isso que dei por mim a tirar a roupa ao R.
R. beijara-me depois com tanta intensidade que parecia que não iríamos mais descolar. O D. aproximou-se e exigiu que também ele fosse beijado e começámos a trocar beijos entre nós.
Como estava cheio de tesão pelo D. tirei-lhe a roupa e beijei-lhe o peito e lamber-lhe os mamilos. O R. colocou-se no sofá a ver a cena mas a dado momento o D. foi ter com ele a mordiscar-lhe a barriga. Eu cheguei-me atrás do D. e apalpei-lhe o seu redondo cuzinho. Ele e o R. ainda trocavam beijos quando eu tirei os boxeres do D. e vi o seu pénis bem levantado no qual pus a minha mão. Ele pediu-me que lhe lambesse os tomates, o que fiz de imediato. R. puxou a mão do D. para o seu pénis e ele começou a bater-lhe uma punheta até ele se vir. O D. ao vê-lo acabou por se vir também para cima dele e os dois vieram meter-se comigo.
Eles deitaram-me de costas e o D. lambeu-me o cu. Gemia como se quisesse esporrar-me, mas ainda não estava pronto. O R. colocou um preservativo e afastou o D. para me penetrar. O D. revestiu-me também de látex e meteu o meu mastro no seu cu. Nas minhas costas sentia o peito de ginásio do R. e o cu do D. Não me aguentei mais e vim-me em todo o vigor. De seguida o sono atacou-nos por completo e dormimos ali mesmo na sala sem roupas e sem cama, encharcados em suor e com os pénis duridos. Em certos momentos da noite um braço pousava sobre mim e lembrava-me que ainda ali estavam.
De manhã acordámos sem entender realmente o que se tinha passado até vermos as roupas espalhadas e os restos de esporra. A dor de cabeça geral que sentíramos fizera com que esquecêssemos isso e fossemos tomar um banho para acordar. Para mim a minha amizade com eles havia mudado. Eu, o D. e o R. continuaríamos a curtir com gajas que engatássemos, mas o gosto por uma segunda vez ficara-nos na boca.

Saturday, July 01, 2006

pensamento do dia:
se eu fosse atropelado hoje mesmo será que alguém iria ver-me ao hospital.

esta ideia tem vindo ao meu encontro vezes demais nos ultimos tempos, sito que estou um pouco sozinho mas sei também que tenho amigos verdadeiros. a eles o muito obrigado pela sua força. aos outros, alguns que procuram dizer mal de mim, procurem outra pessoa porque esta não se incomoda com bocas e más famas, mais se preocupa ela com os amigos que tem

Monday, June 12, 2006

ela ali está. sentada no canto do bar. desde que abrira que a rapariga entrou e sentou-se nessa mesa. o seu porte enche completamente aquela zona do bar e ninguém ousa aproximar-se dela. o seu olhar parece que fere, como se garras acutilantes se cravassem no nosso peito.
volto na noite seguinte ao mesmo bar e encontro a mesma rapariga sentada no mesmo lugar com o mesmo porte. sempe ela... em cima da mesa tem a sua garrafa de bebida, sempre a mesma, que vai despejando ao longo da noite. parece que não tem nada para fazer que não seja vir para ali sentar-se e mandar um olhar meio discreto para o bar. como sempre, ela veste preto. não preto de cerimónia mas preto fúnebre. entre os meus amigos ela é conhecida simplesmente como "a viúva", mas ficamo-nos por aí. tentamos inventar histórias acerca dela mas todas nos parecem muito improváveis de acontecer. dizemos na brincadeira que vem para ali tentar encontrar alguém que vá com ela para a cama, dizemos que a sua casa é um bordel, que tem as cortinas vermelhas e a colcha da cama preta. que por debaixo do fato que tem se encontram umas ligas que mostra no mais escondido dos seus recantos. nada sabemos acerca dela.
observo-a. como sempre está sozinha e não procura ninguém no bar. o vestido que tráz faz-se acompanhar de um pequeno chapéu com uma renda ambos da cor preta. o vestido, apesar de muito simples deixa antever que de corpo até será uma mulher interessante mas estes pensamentos não me incomodam demais, procuro descobrir quem é a viúva. já perguntei ao barman se sabia quem era a dita pessoa e porque vinha sempre ali e não fazia nada mais que beber uma garrafa. ele respondera-me que não sabia.
observo a forma como ela pega suavemente no copo e o leva delicadamente aos lábios sem que qualquer expressão a perturbe. aliás a sua pose pouco se faz acompanhar de tristeza ou alegria. o seu rosto é tão inexpressivo que me perturba profundamente.
decido-me a ir ter com ela. assim que repara em mim pousa o seu copo e diz-me um simples "boa noite". eu retribuo a saudação perguntando-lhe de seguida se se importava que me sentasse com ela. ela diz-me que para ela era igual. durante a noite conversamos sobre coisas banais e pergunto-lhe no meio de tudo isso quem era ela e porque vinha àquele bar sempre sozinha. ela diz-me que era para lembrar o seu marido. para estar sempre com o seu amado, com os seus fantasmas. ela diz-me que gostava muito dele e pergunto-lhe se queria desabafar alguma coisa...
- eu recordo-me como se fosse hoje...

sempre que vínhamos a este bar era uma alegria enorme estarmos com os nossos amigos e com os amigos das outras pessoas. não era invulgar, não fosse o facto de que era também neste espaço que cada um de nós curtia com um estranho. nenhum de nós achava estranho; aliás haviam apostas à mesa a ver quem ía com quem. um dia parece que apareceu uma estranha doença a um dos nossos amigos; os médicos não sabiam o que era, julgavam que era s.i.d.a. mas a verdade é que era uma doença completamente nova. esse amigo nosso morreu e nenhum de nós quis ir ao funeral a não ser eu, sentiam-se estranhos com a história da doença. pouco tempo depois começaram todos os meus amigos a morrer. a última pessoa foi o meu marido. foi uma situação tão estranha que não consigo descrever; parecia que uma maldição se havia instalado no nosso grupo e as pessoas foram morrendo de forma estranha. por fim eu fiquei sozinha, chorei muito. chorei até que não tivesse mais lágrimas para chorar e depois sequei. não derramei uma lágrima no funeral do meu marido, nessa altura já estava completamente sozinha e de nada ele morto me serviria. várias pessoas que conheciam o meu marido olharam-me com reprovação por eu nada chorar durante o velério ou mesmo no funeral, queriam ver-me a chorar e nunca lhes dei esse prazer. por fim começaram a surgir rumores de que eu o tinha morto para ficar com os bens; as coisas do costume e eu chorei fechei-me. quando voltei a este bar as coisas tinham mudado completamente, os empregados não eram os mesmos, as pessoas que frequentavam o sítio não eram as mesmas. chorei muito por dentro. mas assim que me sentei aqui parece que comecei a sentir os meus fantasmas amigos a virem ter comigo e a termos as nossas noites de loucura sem que saia desta cadeira. uma pessoa amiga deu-me uns comprimidos para que continuasse a vê-los cá e é isso o que faço aqui.

- nunca imaginei que as coisas fossem assim. eu e os meus amigos inventávamos na brincadeira algumas histórias mas ao olharmos para ti percebíamos que eram todas mentira.
- enquanto eles eram vivos eu e eles fizémos muitas maluqueiras que vocês nem sequer imaginam, mas as coisas mudaram e eu estou completamente sozinha. posso ter os meus fantasmas a virem visitar-me mas vou voltar sempre sozinho para casa.
- terás de ter força.
- eu sei. ainda me lembro...

a primeira vez que aqui viémos já trazíamos uma piela enorme. estávamos todos felizes e o bar tinha aberto há poucos meses. entrámos e ocupámos esta mesma mesa que haveríamos de ocupar nas vezes seguintes e que ainda hoje ocupo. nessa noite um dos meus amigos atira-me para cima de um dos clientes e eu deixo-me ir. o rapaz apanha-me e eu peço-lhe desculpas pelo incómodo. ele disse que não tinha importância. vou até à casa de banho e apercebo-me que não tiro os ohlos desse rapaz. ele resolve vir ter comigo e beijamo-nos à entrada das casas de banho. quando venho ter com os meus amigos o J. puxa-me à parte e disse-me que não gostara que eu tivesse curtido com ele; disse-lhe que nada de mais tinha feito mas ele diz que se sentira incomodado. perguntei-lhe porquê e ele disse-me apenas: "isto é o porquê" e mostrou-me uma caixa com um anel que fiquei a saber que naquela noite iria pedir-me em casamento. a caixa cai no chão e quando a apanho o J. dirige-se já para a saída. eu não o consigo deter e acaba por se ir embora. nessa noite fiquei ainda no bar pensando em tudo aquilo até que todo o grupo de fosse embora e me levassem a casa.
no dia seguinte eu vou falar com ele pedindo-lhe desculpas. ele faz o mesmo e choramos os dois juntos como se não houvesse mais amanhã.
ele pede-me em casamento e fazemos um acordo: as noites de saída com o grupo do costume são sempre para a loucura; nunca deixaremos que a fantasia de uma amante invada a nossa relação.
as coisas correram sempre bem e cada um de nós teve as suas oportunidades que as aproveitou da forma mais correcta possível.

- a vossa relação era um pouco estranha...
- a relação com os nossos amigos mais próxima era muito estranha. se pudéssemos nós os cinco casávamo-nos todos uns com os outros e éramos uma grande família. ainda me lembro...

um dia fizémos uma festa em casa do L. em que estávamos os cinco. depois de um jantar feito por mim sentamo-nos a conversar e a certo momento sinto-me completamente apaixonada pelos olhos da S. e digo-lho. ela não se incomoda nada com isso e dá-me um valente beijo. o L. ainda reclamou que aquela casa era uma casa de respeito mas ela levanta-se e beija-o também. eu levanto-me do sofá e ponho-me em cima do J. e do R. eles os dois acabam por se beijar e ficamos a sentir que aquele grupo é um grupo muito estranho, que não devem existir pessoas com um tal à-vontade como o nosso. beijo o J. longamente e acabo por lhe tirar a ti-shirt. a S. aproxima-se e também o acaricia. os dois rapazes que restam olham-nos, apreciando. a dado momento um deles, não recordo bem qual beija o outro e começam os dois a curtir. olhamo-los a sorrir e comentamos que para quem estava com ciúmes...
a S. propõe que todos tiremos as roupas e fiquemos ali a dar largas à nossa imaginação. na altura éramos bastante novos e podíamos fazer este tipo de coisas que não nos metiam confusão nenhuma. os pais do L. estavam fora e só daí a uma semana voltariam. o J. foi o primeiro a despir-se completamente e acabámos por nos excitar como seria de esperar. as voltas que demos... acho que nessa noite toda a gente teve sexo com toda a gente, mas isso era uma coisa nossa, um segredo que não revelaríamos a ninguém.

- agora que todos eles estão morto... para que me resta manter o segredo?
a verdade é que me senti incomodado com aquela história e não conseguia acreditar que fosse verdade, mas ela sossegou-me dizendo que compreendia a minha confusão. ao que parece eles também se sentiram um pouco confusos depois de aquilo tudo ter acontecido... houve algumas zangas e disputas mas todos se reconciliaram.
- percebo agora que quando vens aqui estás a fazer mais que só a beber, estás a viver tudo isso de novo na tua cabeça.
- sim...
- acho que gostaria de ter vivido nesse teu mundo, mas o meu é banal demais para que uma coisa assim tão invulgar aconteça. eu passo dias inteiros a trabalhar e a estudar, não tenho procurado muito estar com os meus amigos, eles é que me arrancam de casa antes que vire louco, mas a verdade é que a nossa amizade ao pé da vossa parece minúscula
- é engraçado que não reajas com nojo à história. ou estás a tentar engatar-me?
- não, a verdade é que fiquei surpreendido por haver coisas assim, não vou dizer que sinto nojo.
neste momento apercebi-me que ela era afinal muito bonita, que poderia desejar estar com ela, mas que ao mesmo tempo o seu mundo era muito diferente do meu e que nada demais poderia acontecer que esta conversa.
- então e o que vos fez aproximare-me tanto?

houve um dia em que um amigo meu disse que queria conhecer uma determinada rapariga que andava a curtir com um outro gajo. segundo o meu amigo E. essa rapariga não estava apaixonada pelo gajo mas a verdade é que ele parecia estar caídinho por ela. um dia cruzo-me com a gaja e meto conversa com ela nos corredores do liceu. ela diz-me que não está apaixonada e que mão vai ficar apaixonada por nenhum rapaz daquele liceu. eu pressenti que ela se fosse enganar. uns dias depois acabo por apresentar a S. ao E. e ele começa logo a fazer-se a ela. digo-lhe para ter calma mas a verdade é que ele não tinha calma o suficiente para conseguir convencê-la a ir para a cama com ele.
passam-se uns dias e ela disse-me que ia dar uma festa em sua casa se não queria ir. por essa altura eu e ela eramos já boas amigas e ela havia-me desculpado a cena do E. eu acabo por aceitar o convite e na noite seguinte lá vou ter a casa dela. poucas pessoas estão na festa, apenas os amigos mais chegados. porém, eram umas três da manhã o L. com quem tinha tido umas conversas fixes pergunta-me se não gostaria de foder com ele. a verdade é que poderia ter recusado como boa menina que era mas resolvi aceitar.
naquele quarto fizémos de tudo. quando acabámos a S. está à entrada do quarto a olhar furiosa para o L. e para mim. "como é que pudeste?" seguiu-se uma daquelas discussões habituais entre teenagers mas eu resolvi amansar um pouco as coisas dizendo-lhe que eu não quereria ter nada com o L. nessa altura nós os dois não sabíamos que ela tinha uma paixão secreta por um rapaz que andava na universidade e que era este L. abraço com força a S. pedindo que me desculpasse por todo o mal que lhe tinha feito mas não fora por mal.
reconciliamo-nos e começamos os três a dar-nos muito bem. entretanto vem para o nosso liceu um rapazito muito bonito, mas que muita gente o achava gay. a verdade é que eu calhei a cruzar-me com ele no corredor e ele perguntou-me onde era a sala 307. digo onde é e passados uns tempos ele vem ter comigo a a gradecer e fazemo-nos grandes amigos. apresento-o ao L. e à S. que nessa altura ainda namoravam, assim como ao J. que era um amigo do L. quando o R. conhece o J. fica completamente caídinho por ele e percebemos logo que ele gostava mesmo de gajos mas isso não nos incoodava.
o tempo foi passando e a verdade é que o R. conseguiu curtir com o J. não se seguiu nada mas ficaram numa boa. o grupo foi-se unindo cada vez mais...

- para além de compreender a tua dor, neste momento quase a consigo sentir. é que mais que um marido perdeste toda uma família em pouco tempo.
- eu sei que é estranho, mas é mesmo isso...
levanto-me e despeço-me dela. pago a minha conta e saio do bar. aquela mulher vestida de preto abriu as suas memórias para mim sem que nada lhe pedisse em troca e ela disse-me tudo o que queria saber e até o que não queria. percebi nesse momento que a nossa vida está cheia de fantasmas que só alguns conseguem escutar. os outros... os outros têm as suas coisas, a sua vida, os seus afazeres.

Sunday, June 11, 2006

chego a casa no fim de um dia de trabalho e nada mais tenho a fazer que o jantar e arranjar um filme para ver. à porta de entrada reparo na figura em que estou, os meus braços carregando sacos de compras de um hipermercado. comprei apenas as coisas que precisava e mais algumas que podem vir sempre a dar jeito.
pouso o monte de sacos em cima da mesa da cozinha e arrumo as coisas. tralhas de coisas que se vão gastar em três tempos. bem que poderiamos morrer na nossa gula...
ponho uma panela com água e sal no fogão e encosto-me à janela da cozinha e olho para o horizonte. sem que me aperceba um carro pára em frente ao prédio onde moro. não olho para o carro senão quando saem dele uma rapariga bastante bonita e dois gajos lindos em tronco nu. só agora me lembro do calor que faz e de como ficaram as minhas mãos de ter vindo do hipermercado a pé. sinto o cansaço a apoderar-se de mim e ao mesmo tempo uma enorme excitação pela visão daqueles dois pães lá fora. invejo aquela rapariga; eu é que deveria lá estar e não ela...
por fim resolvo-me a fechar a janela com toda a raiva que tenho e seguir a minha vida normalmente como estava antes de começar a olhar pela janela.

fecho a janela do meu quarto. há dois dias que não dizes nada. ligaste-me do aeroporto mas mais nada. cai-me uma lágrima que rebola até ao chão. o meu desespero atinge o limiar enquanto o telefone não toca. bem sei que tens muito que fazer, mas... imagino-te a seres perseguido por uma tentação e... bem sabes que sou mto desconfiado e ciumento, nunca to escondi.
desde que começámos esta relação que tenho ficado completamente psicótico. a minha obseção para que não arranjes um amante ou ainda pior uma amante... sempre que vamos a uma discoteca tenho de virar os olhos porque parece que conheces toda a gente e toda aquela gente é bonita...
deito-me na cama pensando nos meus tempos em que não namorava e não me perdia a pensar na pessoa que me ia trair. arranco do meu corpo os boxeres que tenho vestidos e atiro-os para a porta do quarto. sinto a escuridão do quarto insuflar pelos meus poros e encher-me de vigor másculo. masturbo-me à força toda e venho-me com um gemido de sofrimento. no momento seguintes estou a chorar na almofada... porque estás ausente...

todas as noites que saio de casa tenho sempre o mesmo pensamento. vai ser hoje que vou sair daquele restaurante; estou farto dos meus patrões. estou farto de todas as coisas que me dizem e da forma como me tratam abaixo de cão. sempre tentei fazer o meu melhor mas parece que isso não é suficiente e bem sim bem não tenho algumas discussões acesas com as pessoas que me dão o ordenado ao fim do mês.
farto-me de trabalhar e noto todos os meses a diminuir-me as horas que fiz no mês anterior. todas as noites que saio de casa penso que este mês vai ser o último e não consigo. estou tão habituado a viver assim que não quero mudar.
porque é que nunca estamos bem???
sempre que saio do trabalho pergunto-me porque não me despedi. todas as noites sinto a mesma frustração. sempre assim, sempre na mesma, com vontade de mudar mas sem forças para isso...

Thursday, June 01, 2006

ocorre-me a ideia de ligar o computador e ver quem anda on-line. esta tarde está calor demais para estudar e não me apetece. enquanto de liga tiro as roupas e coloco-as em cima da cama. fico completamente nu em frente ao pc procurando engatar alguém com quem passar um tempo.
olho profiles de certos sites tentando ver quem anda perto e é fisicamente interessante. excito-me enquanto lá fora o calor continua a fazer-se sentir e a minha pele sua.
passo as mãos pelo peito e aperto os meus mamilos. imagino um daqueles gajos a lambermos e enquanto isso vasculho desesperadamente por alguém. ahhhhhh!!! porque é que os gajos mais interessantes são tão difíceis e as putas são demasiado fáceis?

acabo de sair da discoteca do costume e um gajo de carro passa por mim. não consigo resistir-lhe. ele pergunta se não quero ir com ele e eu faço-me logo ao piso. assim que arrancamos ele diz-me que éra casado até há pouco tempo mas que se divorciou e não procura agora uma pessoa para namorar, o que achei estranho e ele disse-me que já andava farto de estar casado.
ele leva-me por uma rua bastante escura onde sei que vão para lá pessoas de carro acompanhadas "bater umas". ele pára o carro e encosta-se à porta do quarto e olha-me de cima a baixo. levo a minha não às suas coxas e desliza depois até ao seu pénis que sentia começar a encher-se de tusa.
Depois de termos sido rápidos o suficiente ele arranca a toda a velocidade e deixa-me a uns cem metros de casa. assim que entro ponho-me no chuveiro e procuro esquecer o que se passou; não foi mau, não foi bom... teve o seu quê. melhores virão.

arrumo as minhas roupas e abro a minha mala de cosméticos. é noite. faz-se tarde... a tanga já está vestida e o resto do fato vai a caminho. a vida d artista tem a sua complicação. esta noite é o aniversário de um dos patrões da casa, por isso terei de fazer um espectáculo especial.
eis que chega a minha maquilhadora pessoal, quem trabalha bem tem dests regalias. de qualquer modo ela chega e refila por ainda não estar completamente vestido. "queres causar má impressão, logo hoje?" ao que respondo: "não me importava" mas ela percebe que estou na brincadeira e temos uma discussão simulada. a verdadew é que por detrás do palco muita coisa acontece...
depois de me ter ajudado a vestir, pega na sua maleta de trabalho e em algumas das minhas coisas. mistura os ingredientes como se de um alquimista se tratasse e pinta-me da ponta dos cabelos à ponta dos pés. não esquece nada.
hoje sou de branco. os meus olhos têm o reflexo do gelo e a minha boca parece que é a de um morto. o fato é também ele branco muito discreto mas por todo o corpo encontram-se sinais de uma estranha escrita; o meu numero será muito místico hoje. nada daquelas coisas que habitualmente costumo fazer, tipo marinheiros ou tropas. hoje o meu caminho é o tribal. a minha música de entrada faz-se ouvir e o meu corpo desliza para o palco como se para a forca fosse. as luzes estão sobre mim e o meu corpo ondula. não sei mais do que se tem andado a passar comigo nem das discussões intensas que tenho tido com os meus pais. o que importa é fazer as coisas bem feitas.

abro os olhos para a esquina da minha vida. durante anos passei por aqui e hoje sinto que esse tempo já passou há muito. durante noites percorri e esperei. sempre fui profissional, nunca deixando nenhum cliente insatisfeito. é verdade que quando comecei esta vida não a queria por nada; mas uma pessoa habitua-se. hoje sinto que envelheci demais. sinto que todas as roupas que comprei para trabalhar, algumas que me custaram balúrdios, não vão mais sair do armário; que o seu tempo já passou e que o dinheiro nelas gasto fora uma péssima ideia. mas agora é tarde para lamentar; nunca soube fazer outra coisa da vida e, pelo menos, da noite tenho tudo a meus pés.
sempre me trataram com respeito, ou não fosse eu quem sou.
de qualquer forma a noite continua sem mim. noites houve em que me chamavam para os lugares mais importantes para fazer recepção dos clientes e chamar mais gente a entrar. sempre me pagaram bem, nunca me senti injustiçada, também...
agora na noite ninguém me chama. poucos clientes me vêm parar às mãos... envelheci, não adianta tentar esconder; o meu tempo acabou e so me resta pegar em contactos que tenho para terminar a fazer algo que me dê que comer.

Wednesday, May 31, 2006

a boca boca seca enquanto os meus olhos lacrimejam. sou trespassado por uma melancolia que me indica que estou a crescer. sou nobre e o meu semblante espera o momento para entrar em cena.


não apareces. olho em volta e tudo me parece estranhamente parecido com as paisagens que me descrevias nas noites de luar. olho o relógio contando os minutos que faltam para que a minha paciência se esgote e acabe por ir para casa sozinho como de costume. deito-me na cama e não encontro calor, estou encostado a uma parede que tem ainda os nossos restos de ontem; sei que nunca os vou tirar da parede, são memórias do que já tivemos...
não apareces e o meu corpo pede a tua presença e so encontro paredes neste quarto. hoje massacro-me com as minhas recordações sem ter medo do que possa vir daí. Eu deito-me na cama olhando o tecto. moscas passam pelo ar. expiro passando por momentos num grande sossego.

irrita-me ter de esperar tanto por um autocarro!!! chegam sempre com vonte minutos de atraso. para quem tenha compromissos com hora marcada é sempre chato chegar atrasado; ainda para mais o meu telemóvel ficou sem bateria e eu desespero...
o facto de me entreter com as pessoas tem destes problemas. logo hoje... logo hoje...
finalmente lá chega (15 depois da hora) e eu lá vou para o lugar combinado.

vejo um autocarro numa ponte frágil a andar, a ponte cai. nele vai alguém que eu conheço e nem por isso choro a sua perda. sei que é cruel, mas não sinto a vontade de chorar por ninguém q seja por mim prórpio.
levanto o meu orgulho do sofá onde estou sentado e vou buscar uma chávena de chá. está amargo, sabe mal. pego nele e atiro-o pela janela fora.

sei que pode parecer estranho mas às vezes acontecem coisas que não consigo explicar, mas ia a sair do trabalho e apanho com uma banhada, não sei muito bem de quê em cima. ainad pensei que era de alguém que não gostasse de mim mas a verdade é que não compreendo.
cheguei a casa e despi-me. fui tomar um banho. os ensaios dão cabo de mim e ainda por cima acontecem-me destas...

Thursday, May 18, 2006

Gay Pimp

estes vídeos dispensão apresentações. para quem não conhece o gay pimp... veja os vídeos.


este é o live



e este a continuação

como resolvi matar o meu anterior blog, este aparece para o substituir. por isso trato dos assuntos mais diversificados, sendo que a maioria será acerca da orientação sexual e das histórias que conto.
foi por isso mesmo que resolvi chamar a atenção deste filme que tratará de questões ecológicas e me parece bem construído. para portugal ainda não tenho a informação de quando ele irá estrear mas deverá ser algures para meados de junho.


este filme faz-me pensar numa coisa... muitos dos locais bonitos que conhecemos deste nosso portugal desaparecerão. a inglaterra praticamente ficará debaixo de água. além de que onde quer que vamos, se estivermos junto à costa a apanhar banhos de sol, poderemos apanhar com um ciclone logo a seguir. as coisas estão a avançara a um ritmo vertiginoso. será que não podemos fazer nada para o evitar??

Wednesday, March 01, 2006

Peço a participação de todos os visitantes deste blog

ando a escrever uma história que conto com a vossa ajuda. para isso peço que vão ao blog a máscara do vampiro onde está sendo escrita a história.
a história é passada num presente um pouco alternativo onde vampiros muito glamorosos habitam nas profundezas de uma cidade. toda a história trata em torno de Jason, um jovem que é mordido por um vampiro que ha muito lhe seguia o rasto. tal como diz no cabeçário do blog podem fazer comentários referentes às personagens, sugerir continuações da história, percursos alternativos do seu seguimento, apontar coisas que achem que não estão muito bem, ou fazer ilustrações consoante a inspiração (sim, estou a falar para ti Vilani), enviar-me por mail fotos ou artigos que achem que eu iria achar interessante para construir a história. tudo nela se encontra em aberto, por isso participem... ainda verão que terá muitas surpresas!!!

Tuesday, February 21, 2006

mais uma dark night


é noite
o espaço que ocupo é preenchido pela peda que exite em mim. o meu coração inflama e o meu rosto preenche-se de vida. a catedral onde me encontro é alegrada com o som do meu despertar. a maldição, que o meu amor por ti causou em mim, atinge o seu climax e deixo o estado letárgido para abrir as minhas asas ao céu desta nossa cidade.
as minhas mãos contraem-se e os meus olhos ganham cor. desperto do sono de um dia inteiro de sol para saudar a lua cheia em todo o seu esplendor. sinto uma enorme moleza e os músculos ainda não reagem. é momento de acordar...
é noite
os fantasmas do nosso passado velam o nosso sono enquanto o sangue flui novamente no meu corpo. as minhas asas negras soltam-se e o meu corpo cai do tecto da catedral em direcção ao chão. o ar influi na membrana das asas que me farão voar para o céu da cidade nocturna.
é noite
um pássaro negro viaja por entre os prédios abandonados da cidade procurando por ti. ouve-se um grito meu... chamo por ti mas apenas ouço silêncio. pouso no cimo de um rochedo. olho o horizonte. para onde te levaram? alguém tirou o meu amor de mim e o levou para bem longe.
é noite
na minha lisa pele escorre um suor de raiva e enquanto me preparo para voltar a voar uma mão posa nas minhas costas e beija-me a face. os teus olhos estão sem cor... a tua pele pálida e a tua voz, que soa no meu interior, despe-me completamente. as tuas unhas fazem em frarrapos as minhas vestes até que toda a minha pele fica vestida com o reflexo pálido do luar.
é noite
um beijo... a tua boca tenta chegar ao meu pescoço enquanto eu permito que avances na minha privacidade. os teus dentes cravam-se na minha pele e, de imediato sinto um forte desejo de te possuir como nunca te possui. tu acabas por mandar um forte grito de repulsa ao provares o meu sangue e eu avanço para ti. desejo-te
é noite
um homem que apenas era homem volta sozinho à sua catedral esperando que a noite volte novamente. as horas passam e em breve chega o dia. o primeiro raio de sol faz cair em mim a sonolência da maldição que nos rogaram e adormeço novamente na pedra de que sou feito.

Monday, February 20, 2006

dias negrentos

O Anjo Negro -
Chegou a altura de ter que te abandonar e deixar o teu corpo arrefecer sem mim.
O nosso castelo está a ganhar luz, não posso mais ficar aqui, tenho que sair ainda dentro desta escuridão criada por nós!
Tornei-me num anjo, no teu anjo, aquele que te protegeu, mas agora tenho que ser aquele que vai desaparecer com a Lua, numa fusão idêntica à dos nossos corpos que se fundiram nesta noite fria, escura, mas de muito amor!
O teu corpo está gélido, como nunca, no teu pescoço ficou a minha marca eterna, mas a marca principal, essa, deixei na tua alma que é agora não só tua, como minha, como nossa!
Os teus lábios ainda estão da cor de uma rosa vermelha como aquela que te deixei aí ao lado, para ti amor, porque sim, vais acordar!
Desço a nossa torre e sinto algo a escorrer pela minha cara, nasceu nos meus olhos e está agora a morrer nos meus lábios, tem um gosto salgado e me enche de tristeza e saudade!
Não estarei eu a perder-te?
Mas assim a Lua me comanda, é ela que me chama, não posso acordar contigo muito menos presenciar o nascer do sol, é o preço da nossa eternidade!
Jamais poderemos ver o nascer do sul juntos como outrora fizemos, mas meu anjinho, ao cair da noite, cá estarei para unir o nosso sangue, os nossos corpos, o nosso amor, jamais te deixarei acordar deste sonho, um sonho nosso que vive eterno, um sonho nosso que vive alimentando um amor na escuridão imortal! do blog do alex ao que respondi:

o meu castelo está negro, de pedras húmidas do teu, do meu, do nosso suor enquanto o meu sangue me escorre do corpo. o meu corpo está gélido como dizes. o beijo que me deste provocou a minha queda e não mais eterna será a minha alma. a minha pele endurece e o meu corpo gela ainda mais. deixo de ter sangue enquando me beijas e o meu corpo muda. para mim apenas exitirá a noite depois desse beijo; de dia sou pedra mirando o horizonte à espera que a lua volte e o meu corpo pétreo ganhe novamente vida desta minha mortalidade eterna como gárgula da tua catedral onde se passeiam espectros de uma era que não é mais, nessa tua catedral mais fria que o meu, nosso coração após esse teu beijo. caí do limbo, arranquei de mim essa condição de anjo e abandonei-me a ti

Friday, February 17, 2006

os pensamentos são como facas, rasgam a nossa mente e levam-nos a parar tudo, modelam a nossa mente. por sentimentos anjos caem do céu; por sentimentos pessoas iludem-se; por sentimentos pessoas entram na noite dos seus dias; por sentimentos pessoas começam a chorar; por sentimentos pessoas começam a rir; por sentimentos pessoas começam a gostar, a odiar, a sentir tudo por uma outra pessoa; por sentimentos somos objectos de nós mesmos e dos nossos instintos. somos animais, somos carniceiros, somos uma mescla de pessoas e bichos com essa nossa caracteristica que nos torna unicos e nos torna animais. porque o que nos torna humanos também nos torna animais e o que nos torna animais também é em nós humano.
choro no meu interior por feridas que qualquer intelectualização não consegue explicar, sarar. como no meu âmago todo o mundo que, de sensações feito, tende para a mortalidade e para a tragédia. as lágrimas que secaram não pararam de correr e as dores que sinto não pararam de doer quando os sentidos estão vivos. paro de rir de mim. paro de rir de ti...
sou um bicho carniceiro que desceu a este mundo para se devorar a si mesmo e, no âmago das suas palavras encantar mais carne para dela se alimentar e criar nesta terra de mortos um lugar para amar.
o meu instinto aspira à caça e não é travado. a minha animalidade é incontrolável, animal eu que penso e mastigo, devoro e crio poesia... sou um cruel animal por fazer sobre pessoas ao meu lado e lhes devorar a alma, alma essa que me é entregue e com a qual movimento a minha caravela segundo o meu comando. num manifesto claramente egocêntrico, expresso a minha vontade de dominar sem que seja dominado...
um martelo podre jaz sobre a minha mesa enquanto o olho procurando nele um espírito, uma alma, um ser que não encontro em mim. devoro mil demónios para que possa viver como um anjo e respirar como um humano.
sou um bicho carniceiro... um bicho que come humanos e um bicho que ama os homens. sou um bicho envolvido por uma pele de humano com cérebro de lobo...
sou um bicho cheio de sentimentos e de dores que na noite mais escuta espera que sarem e o deixem dormir um pouco...

Tuesday, February 07, 2006

âmago

não pares de me tocar
eu sinto-me só
imobiliza-me com o teu corpo
sinto-me tão só
fala-me por favor
diz que me conheces
que não somos estranhos
e eu que me enterneces
quero-me encontrar
num mundo só meu
que ninguém possa imaginar
para não enaltecê-lo

âmago - eu quero entrar no teu âmago
âmago - eu quero entrar no teu âmago
âmago... - quero entrar

sinto enfim por ti
que não te sentes só
esconde-me por favor
como te podes sentir...
só tu tens para ti
o que eu anseio
um mundo só teu
que eu só rodeio

âmago - eu quero entrar no teu âmago
âmago - eu quero entrar no teu âmago

âmago - eu quero entrar no teu âmago
âmago - eu quero entrar no teu âmago

âmago
quero entrar no teu âmago
âmago
quero entrar
quero entrar...


projecto balla

gaychoice3.com - o chá

em coimbra sempre houve um costume na "comunidade gay" que foram as idas ao chá como o meu namorado me falou muitas vezes. acontece que nas minhas vivências os rituais do chá têm sido muito frequentes e muito diferentes dos que já existiam.
em casa do meu namorado temo-nos reunido várias vezes, com várias pessoas para literalmente tomar um ou mais chás que as minhas mãos preparam com tanto primor. podemos estar com a maior das preocupações, mas, pelo menos para mim o ritual do chá é um momento muito ritualiesco que nunca se repete em toda a nossa vida.

ontem o ruy veio tomar um chá de menta connosco e ficámos a coscuvilhar coisas acerca das nossas vidas. em resumo: uma ida à terrinha dos pais, e mais precisamente a uma discoteca, pelo ruy fez com que ele tivesse em contacto com as suas antigas paixões (todas elas femininas) que lhe perguntaram por novidades. ele apenas respondeu que tinha bastantes mas que não revelava... vai-se lá perceber porquê...
além disso o jorge falou da conversa que eu e ele tivemos na noite anterior onde lhe expliquei que a minha vida tem andado tão complicada que eu não consigo resolver todos os meus problemas de uma vez e o problema que tenho mais urgente é o dos exames (que finalmente acabem depois de amanhã), o que é natural que não lhe dê atenção.
um outro assunto de conversa que veio à baila foi o facto de o jorge ir fazer esta manhã uma sessão de esclarecimento acerca da homossexualidade. esta sessão não teria nada de extraordinário não fosse o facto de a escola onde ele foi ser dirigida por um gajo que esteve apaixonado por mim mas que eu não quis ter um relacionamento com ele.

não foi da última vez, mas numa das ultimas apareceram uns amigos nossos, também eles um casalinho (o paulo e o marco) para também andarmos na cusquice e tricotarmos mais um pouco do nosso enxoval. (não vem a propósito, mas enxoval escreve-se assim ou enchoval, há palavras que a escrita é tão complicada).

as minhas reservas de chá ainda continuam em frasquitos à espera de mais gente para saborear a minha arte de as mergulhar na água quente e fazer delas belas infusões que passam primeiro pelos nossos olhos, pelos nossos narizes, mãos e boca. para mim o beber um chá é como receber um beijo amoroso, daí que meta tambo ritual nesse acto. será que numa próxima vez nos aproveitaremos disso para uma sessão espirita...
a verdade é que os restos das folhas sempre serviram para dizer coisas...

it's a taste, it's a gaychoice
ps: tenho um conto em prepraração que daqui a um tempo mostrarei.

Sunday, February 05, 2006

gaychoice2.com - praia de mira

finalmente vou falar das minhas idas à praia de mira. mais precisamente a uma discoteca que abriu há um tempo e que a primeira vez que lá fui foi acompanhado de pessoal de viseu. já com a entrada naquele espaço senti uma coisa que não senti no open minds, bleu angel ou noutros bares em lisboa (o único que iguala a mesma sensação é o boysr'us no porto) que é a sensação de aconchego e familiaridade. assim que puz os pés naquele espaço tive a sensação que seria um espaço onde me sentiria eu, onde me sentia em casa.
dessa primeira vez conhecemos os donos do espaço e o pessoal que lá trabalha, ficando a conhecer (por uma visita guiada) todos os cantos à casa. nessa noite um dos nossos amigos estava um pouco abatido e eu não cinseguia sentir-me completamente bem com isso. não sei porque (cosidero isso um defeito) preocupo-me demasiado com as pessoas à minha volta, todas elas, procurando que fiquem com alegria. no caso desse meu amigo a coisa não deu, ele estava mesmo em baixo e não o consegui fazer levantar-se da cadeira vaca em que estava. algum tempo depois eu começava a dançar e a coisa ficou-se por aí.
na vez que fui a seguir, lembro-me que fora com o steven, com o guilherme e mais gente da rede ex-aequo, assim como o jorge. nessa noite pouca coisa me lembro que não fosse o dançar com toda a gente e passar-me repentinamente um flash pela cabeça e me lembrar que uma das pessoas que lá trabalha (e que eu já sentia que conhecia a sua cara) foi o primeiro gajo com quem tive (ou quase umas coisas antes foram coisas poucas). quando saí da discoteca fiquei quase em estado de choque com a lembraça, mas isso não impediu que me divertisse na mesma... eu e o jorge comentámos o facto de eu ter sido estado com ele e os papéis que desempenhámos. numa coisa ele concordou, eu estive na melhor das suas partes. terminámos a rir.
uma coisa que aconteceu nestas primeiras idas foi o facto de estar pouca gente e, por isso mesmo, não haver grandes engates. a gente que lá ia conhecia-se toda de coimbra e não haviam espaços (sociais) de tentar piscar o olho a gajos ou gajas. este aspecto foi-se alterando com a cada vez maior afluência, em especial nos sábados.
um outro dia que fora à vip's (não estou a ser demasiado publicitário, pois não?) tive uma sessão de dança com o guilherme, mais uns quantos, com o jorge, com o steve, o andré, ect... (já começo a baralhar as idas, lolololol). nessa ida uma coisa que aconteceu de marcante foi o facto de o ex-namorado do jorge (aquele que deveria ser meu rival) também apareceu e eles os dois tiveram uma discussão. eu tentei serenar as coisas, mas não funcionou nesse dia.
a verdade é que à excepção de uma única vez, temos lá levado sempre um estreante àquele espaço (um dia ainda vou pedir um brinde ao chefe do sítio, tipo um cafézito ou qualquer coisa... lololol)
dia de ano novo... foi uma montanha, uma avalanche de acontecimentos que já escrevi alguns deles, não escrevi o que mais tensão provocou no meu psique: eu e a minha mãe, desde que lhe disse que era gay, que temos andando a ter um relacionamento muito complicado. não só pelo facto de ser minha mãe, mas pelo facto de eu acreditar que ela semrpe esteve apaixonada por mim e reparou que o seu filho estava a deixar de seguir o caminho que ela tinha traçado para a minha vida - coisa que me irrita profundamente. nessa noite (que era suposto ter passado com a família, por ser tradição) fui passá-la com os meus amigos e diga-se que foi complicado explicar-lhe isso. mais complicado ainda foi esperar toda a noite por um telefonema dela e esperar nos dias seguintes e nada... nada... desesperar e esperar. a pessoa que verdadeiramente me ajudou e me comprrendeu e me apoiou num grande momento de desespero foi o jorge. ele arranjou as coisas para que eu fosse a casa e preparou a minha cabeça para enfrentar a minha mãe.
as minhas idas a mira poderiam deixar de ter coisas estranhas, mas a verdade é que não. sempre que eu vou àquele espaço não deixo de sentir algo de emocionante. não me lembro o dia, mas a penúltima noite que estive lá fui acompanhado pelo ruy... finalemente o namorado do guilherme veio connosco por ter ficado em coimbra. entre os vários eventos desse dia, as coisas começaram complicadas por histórias amorosas que não vale a pena escrever - pelo menos por agora, ainda se fazem sentir demasiado as coisas - conclusão, nesse dia éramos três casalinhos mais dois gajos e um monte de gente cohecida. nós os seis conheçámos a fazer o jogo do gelo, ou seja a meter um cubo de gelo na boca e a passá-lo de boca em boca. a coisa correu muito bem, nós estávamos na boa; as pessoas que estavam à nossa volta é que acharam a coisa estranha porque só viam um monte de gajos a beijar-se (grande bacanal - devem ter pensado) é que para mais nós (agora vou ser muito convencido) somos todos lindos...
enfim... para além disso, nessa noite o miguel (ex do jorge) também apareceu mas cuprimentou-me logo e eu percebi que estava bem. nessa noite contive os gestos de carinho com o jorge para que ele não se sentisse mal. a meio da noite o gui e o ruy têm um pequeno corte de relação, mas eu percebi que esse corte era uma coisa tão forçada e tão insegura que tentei fazer todos os possíveis para que voltassem a falar e a juntar-se. cá ando eu armado em cupido; mas a coisa tem funcionado.
já reconciliados, estado todos a dançar, eis que aparece vindo do nada uma personagem, que nem sequer reparei ter entrado, e me pegou no ombro e me disse uma coisa do estilo: "não me viste aqui!" completamente atordoado, não sabia o que dizer, não reconheci a pessoa em questão. depois me lembrei que era um familiar meu... foi a cena mais marada que jamais tive lá.
de ontem para hoje estive lá novamente com o jorge (para variar) e uns amigos brasileiros. entre as danças do costume e os copos que por cá passam, um gajo, sem qualquer travão olha-me fixamente e noto que me anda a engatar. a propósito desse engate tive uma conversa um pouco séria com o jorge porque por vezes coloco o meu ego à frente da nossa relação. eu bem sei que é um defeito, uma mostra de que ainda não cresci, nmas a verdade é que para alguém como eu que foi obrigado a seer criança novamente, voltar a crescer é um processo complicado.
será que a minha vontade de continuar criança é crónica? tenho de ver se arranjo um psicólogo que me esclareça.
não se passou nada de mais e mesmo quando íamos a sair passa a m+usica que de momento mais tenho curtido dançar (pouco me importa que goste ou não) "time goes back... so slowly". desta última vez que fomos à praia de mira, por acaso tive pena de não irmos mesmo até à praia, coisa que começo a meter nas minhas idas.


eu gosto do espaço e da mítica que essas idas têm para mim. gosto de lá estar com toas as pessoas que gosto, com todas as que nunca vou deixar de gostar ou começar a gostar, de todas as pessoas que lá estão e que conheço e que não conheço e com quem gostava de falar ou nada dizer... é uma coisa que mexe comigo...

it's a gaychoice...

Wednesday, February 01, 2006

gaychoice1.com

acho que a melhor coisa a fazer neste artigo é começar por me apresentar de forma ao de leve. o meu nome é danyel e há já algum tempo que "habito" na cidade de coimbra. digo que praticamente cá habito pois os meus pais moram a cerca de 90 km daqui e eu construi nesta cidade quase todas as minhas vivências - poucas memórias quero da minha vida anterior.
ando a ver se acabo o meu curso e ao mesmo tempo a trabalhar para arranjar uns trocados e resolver a minha vida entre o teatro e a dança... muito para um jovem dos seus 22 anos de idade (15 de juízo).
há uns tempos que me revelei como um homossexual e há mais de oito meses que namoro com um gajo de quem tenho gostado muito de estar. para além dele, muitas das minhas vivências passam pelos meus amigos que neste momento são na sua maioria também eles homossexuais, mas não só...



hoje é 31 de Janeiro, finda o primeiro mês do ano 2006, altura para avaliar se os meus projectos para este ano se estão a concretizar ou não............ talvez........ é bem provável que sim.......... começo a ter dúvidas....... OK SEJAMOS PRÁTICOS, nada do que queremos que aconteça no novo ano se concretiza, ou pelo menos a longo prazo. no entanto há algumas coisas que êm acontecido e que têm-se revelado com surpresas para o meu futuro...
começando a avaliação... falemos de trabalho. estou a trabalhar num lugar onde sou mal pago, mas enfim... tou a trabalhar e a arranjar dinheiro. o tempo que tinha disponível a mais para fazer coisas que não têm interesse foi sendo reduzido mas ao mesmo tempo ajuda-me a organizar melhor o que tenho disponível. foi-me aumentado o numero de horas, o que se traduz num aumento de pagamento ao final do mês, no entanto este aumento veio numa má altura, uma vez que colidiu com aquela época do ano em que aumentam os exames...
para além disso o meu sono tem andando completamente desregulado, tenho acordado completamente cansado e em muitos dos dias a preguiça matinal tem-se arrastado até ao momento de ir comer o almoço... julgo que me anda a faltar um pouco de exercício físico. este fim de semana tenho que combinar com o guilherme fazermos um percurso de manutenção no choupal - se bem me lembro o seu namorado, o ruy, não vai poder. nós os dois no último fim de semana combinamos e fomos fazer a nossa saidinha - um pouco mais tarde do que esperávamos pois ele teve insónias e so nos despachámos às 11 horas.
em relação aos estudos devo dizer que as coisas estão para o complicado. muitos exames e pouco tempo para me dedicar à coisa - mas tenho que me lembrar que estou no final. uma coisa que o estudo me tem posto em cima é um grande stress e uma incompreensível figidez sexual. o meu namoradom, que se chama jorge, tem dito que tenho andado muito frio, e tem razão, no entanto não consigo explicar-lhe que neste momento estou completamente sem tusa praticamente nenhuma, vou acordando de manhã com alguma mas hoje nem isso... tenho de ver se acabo os exames depressa ou então dou em doido. segundo li algures acho que o exercício físico também melhora este meu problema - espero que sim...
as minhas divagações aproximam-se do ponto que ultimamente tem andado mais quenta na minha vida que é a minha relação com a minha mãe. desde que lhe disse que era homossexual, e que ela ouviu que eu era gay, pedófilo e que andava a recrutar mais gajos para serem paneleiros - a mente da minha mãe - que cortámos muito a nossa intimidade. o que antes era uma relação quase de paixão converteu-se numa enorme desilusão e num rebolar de torturas entre nós os dois tipo novela mexicana. desde esse dia que ela começou a dar-me menos dinheiro e eu que me vire. prometeu pagar-me os estudos assim como a minha alimentação enquanto estivesse aqui e a minha estadia. o pouco dinheiro que vem para os meus lados tem sido para poucas coisas. hoje mesmo eu decidi adoptar uma medida relativamente à minha mãe. vou começar a anotar os dias em que não me manda dinheiro e a anotar todos os meus gastos em termos de dinheiro para o curso, tipo fotocópias e mando-lhe a factura mensalmente. pode ela não me enviar o dinheiro todas as semanas como mandava, mas se me controlar vou ter o dinheiro do meu trabalho a suportar-me nesses tempos.

sei que este post foi um pouco massador para quem aqui vem ler histórias eróticas. prometo que assim que o meu desejo voltar, carrego em força nisso.



it's just a gaychoice

Saturday, January 21, 2006

porque escrevo sobre sexo

há já algum tempo que me venho a questionar o facto de escrever tanto sobre os actos sexuais, mais concretamente sobre relações homossexuais. o facto de escrever sobre homossexuais poderá explicar-se facilmente pois sou um homossexual assumido e que gosta de escrever, não camuflando a sua identidade. o facto de escrever sobre os actos sexuais é que é mais complicado...
procuro nos recantos mais internos de mim mesmo uma razão para gostar tanto de tentar escrever coisas estimulantes, mas essas palavras escapam-se-me. eu tendo a ser uma pessoa um pouco dada a libertinagens mas nada que se compare às coisas que escrevo; para além disso tenho alguma timidez na minha pessoa. acho que a internet facilita as coisas, eu passo por mais um panilas a escrever indecências que algumas pessoas até apreciam mas que não passa daí, uma pessoa a revelar as suas fantasias a ninguém em concreto - que me desculpem as pessoas que conheço pessoalmente - o certo é que tem alguma piada escrever este tipo de coisas... uma pessoa pode explorar a sua sexualidade e conhecer-se melhor

Friday, January 20, 2006

VIP's Club - Mira

eis que o próximo fim de semana vou novamente a mira para mais uma noite no bar que começa a ser habitual. uma coisa de curioso com esse bar é o facto de sempre que lá vou acontecem sempre coisas do mais intenso que podem imaginar; e não falo de cenas sexuais ou mesmo de engates, mas antes de coisas estranhas que acontecem comigo ou com as pessoas que me acompanham. prometo a mim mesmo fazer um post acerca de tudo o que me tem acontecido nesse bar, mas tem de ir com calma, preciso de me lembrar de tudo...

Thursday, January 12, 2006

aquela noite em braga



a verdadeira opção que tenho para realmente deixar o ofício da melancolia que toma conta de mim é render-me ao preverso vício do sexo. como lamas me fez notar, nada na vida é sem que tenhamos o nosso, tão excitado, sexo a ser manipulado por uma outra pessoa; que outras mãos, mais diferentes das nossas, mergulhem na nossa pele e deslizem em harmónicos movimentos. o desdém da acumulação da tesão. como aquela noite em que parámos em braga...
desta vez, no entanto, o coolboy é que deveria entrar primeiro. o seu pénis é dos mais fabulosos que já vi. nós, talvez três, talvez quatro, se o oceanico se juntar a nós, desbundaríamos a noite entre uma trovoada gotejante. do suor que mancha não precisamos de nos preocupar; desta vez escolhe-se um lugar tão porco e barato como o anterior mas desde que tenha banheira. lembro-me de ver na nádega direita do oceanico o seu sinal de nascença que o lamas tanto gostava de mamar. nos momentos em que o coolboy se vinha em cima de mim...
a minha cabeça desliza como uma folha morta enquanto me despem (nunca gostei de me despir). era lamas quem ma tirava e empunhava logo o meu bastão; depois passava-o ao coolboy onde me vinha pela primeira vez, nessa boca que adejava à procura da minha língua. ele sempre gostou de me chupar; as suas entranhas contorciam-se ainda estava eu despido à metade. mancho a lisa pele dos corpos suados, estranhos corpos repuxando orgias. durante aquela noite desmanchámos os nossos complexos. durante aquela noite fodemos até não termos mais esporra para esguichar...
os móveis do quarto alugado são invisíveis, não existem. apenas vemos a cama onde largamos os nossos devaneios e fantasias. apaçpo demoradamente o cu de oceanico. contorce-se ele em prazer. durante aquela noite ainda o penetrarão mais cinco vezes (de todos nós ele sempre foi o mais passivo). bebemos licor du lait, inalamos droga en plaisir... são quatro da manh. o meu cu e o meu pénis estão tesos do uso. ainda demorará a recuperar. ainda lambo o sexo do lamas antes de cair no sono da madrugada... aquela noite em braga.

Tuesday, January 03, 2006

eis que chega o último dia do ano e eu cá ando, sempre com coisas para fazer.
a minha passagem de ano começou por volta das 14 horas quando decidimos (eu e o meu namorado) irmos para o dolce vita apreciarmos um pouco da paisagem (que é como quem diz, ler um pouco e ver as pessoas que passam.
anda muita gente a passear, normal, não fosse este um dia próprio para isso.
entre as coisas que vou lendo, começo a vibrar - que é como quem diz que o meu telemóvel toca - e tudo porque, como haviamos combinado, hoje, em casa do meu gajo, seríamos quatro à mesa: eu, o jorge, o steve e o andré. lá combinamos as coisas e eles vêm ter connosco pouco depois de nos enchermos com comida plástica destes centro de consumo.
conversamos e abichanamos um pouco e acabamos por ir fazer as compras para o jantar que decidiramos ser esperguette à bolonhesa. meteu-se uma moeda na ranhura do carrinho e deslizamos pelos corredores do jumbo tirando das prateleiras tudo o que precisávamos.
nem no jumbo nos deixámos de portar como cachopos, desde eu a andar com o carrinho como se fosse um skate, até ao ficarmos embasbacados a olhar para dois gajos por serem muito bonitos, uma paródia muito bicha e completamente citadina.
ok
seguimos para casa do jorge, indo eu e ele a pé e o resto do pessoal a pé. entre as últimas limpezas do ano em casa orientadas pelo andré, às piadas do steve, o ambiente foi sempre muito bem disposto. um comentário à parte, foi sempre um jantar muito na moda, ou não fossem os gays muito fashion - para mais informações ver uma revista da sábado há umas semanas.
o meu medo esteve sempre presente apesar da boa disposição; uma discussão com a minha mãe estragou o que poderia ser a minha melhor (e foi-o sem dúvida) passagem de ano. o seu homossexual em famílias muito conservadoras é muito complicado e mesmo perigoso...
depois de jantar seguimos para o VIP's club onde foi a bichice completa da noite.
entrámos e o ambiente de festa já se fazia sentir; eu, como sempre fui cumprimentar as pessoas que conhecia por lá: os transformistas que gosto imenso de os ver e saudar, o alberto com quem dancei bastante e que se atirava descaradamente a mim mesmo à frente do meu namorado...
duas pessoas que eu achei curioso foram dois amigos nossos que já lá estavam quando entrámos vestidos de forma muito feminina, sandálias de salto alto, um deles levava uma camisa com uns grandes folhos e o outro um pano em torno da cintura parecendo um toureiro bicha. ambos estavam embriagados pelo glamour do ambiente. a pista de dança, no momento em que entrámos já se encontrava meio preenchida de pessoas dos mais diversos estilos. uma prova que a homossexualidade atravessa a sociedade transversalmente.
música... dança... champagne... casas-de-banho a meter gente e esvaziar... toques e beijos... uma orgia fenomenal elevada ao expoente máximo da loucura do ano-novo.
um casal amigo nosso chega por fim. entre palavras e saudações, noto que em pouco tempo um deles começa a beijar descaradamente um rapaz do bar mesmo nas costas do namorado que nada se parece importar com a coisa. este casal tem algumas particularidades, como ambos são bastante "carniceiros" em termos sexuais e têm gostos bem diferentes, não se importam com este tipo de cenas, mesmo sendo em frente a toda a gente.
na pista corpos agitam-se e mexem-se constantemente como que inundados pelas águas da música que não vai parando e a comida também não vai faltando, petiscando aqui, cheirando ali, bebendo além, uma pessoa vai-se entretendo... arranjando alguma maneira de esquecer as mágoas que no trespassam o coração.
por fim o espectáculo começa com as actuações das divas residentes, do dono do bar e (uma novidade) uma grande amiga do dono que cantou sem playback de forma adorável. nesta noite houve duas sessões de espectáculos onde numa delas foi incluído um número de simulação erótica.
a música continua.
o coração bate a cada compasso e o corpo não consegue mais ficar parado.
as horas passam e uma ligeira tremura faz-me ir à casa de banho passar o rosto por água. no caminho vários olhares se cruzam no meu.
na casa de banho não reina o silêncio, ecos da música fazem-se ouvir, um gajo está num dos urinóis e outro mesmo atrás de mim admirando o meu traseiro. não paro por lá muito tempo... prefiro dançar.
peço mais uma bebida e como mais qualquer coisa.
mais um pouco de champagne.
mais uma música.
entre as paragens e compassos na pista o andré, gajo de temperamento meio tímido para o engate, começa a fazer-se a um gajo que acha muito interessante. nós o incentivamos e ele, a muito custo lá se faz a ele; o que importa não é o que estamos a fazer, importa mais aproveitarmos o nosso tempo para viver respeitando o espaço dos outros.
a certa altura chega o ex-namorado do jorge, uma pessoa com quem me dou muito berm quando o meu namorado não está presente. os três pela segunda vez naquela discoteca era um pouco... complicado...
a primeira coisa que o eterno ex (como o costumo apelidar) fez foi saudar-me e eu retribui. sabia que a noiter iria correr bem, mesmo estando aquele trio quase amoroso presente no mesmo lugar.
pouco mais há a contar...
a noite prolongou-se até não muito tarde pois teria de ir trabalhar no dia seguinte. valeu a pena, estive com os meus amigos que me apoiaram e não me deixaram ir abaixo, porque se nos queremos manter vivos, precisamos de ter esses ombros que caminham ao nosso lado.

a todos estes meus amigos e aos outros com quem tenho estado, pelos momentos que partilhamos... os meus sinceros agradecimentos mais profundos, a vós devo muito.

olhares

o cheiro a mijo que penetra nesses urinóis deixa-me enojado
a vida neles faz-me sentir desejado
procuro...
acho
sondo...
tudo como sempre esteve.

três horas da tarde e não tenho nada para fazer.
desço a rua até ao centro comercial pouco em voga para a maior parte da cidade
onde eu procuro uma coisa muito mais fácil de encontrar que aqui.
olho...
esta hora, bem morta para muita gente
enche-se de vida para que, como eu, quer o engate fácil e sem compromisso.
ainda há dias escrinhava nestas paredes o meu número de telemóvel,
a sensação de pecado deliciava-me
na ponta da casa de banho um rapaz olha-me de lado.
belisco a minha pálpebra e a minha pupila interessa-se
ele olha novamente e eu retribuo -
com apenas olhares compreendemo-nos -
eu vou lavar as mãos enquanto ele ainda está a mijar
saio da casa de banho e faço alguns passos a dar tempo de ele acabar,
não quero perdê-lo,
olho uma montra meio distraído até o sentir sair de lá.
um passo
dois passos
três passos
quatro
ando mais um pouco e ele segue-me.
subo as escadas até ao piso de cima e a sua presença faz-se sentir ao perto
não posso mais...

- vamos?
(A pedido de uma pessoa amiga resolvi ceder e continuar uma história que tenho neste mesmo blog)

eu perguntei-lhe se ele era gay. ele disse-me que sim. aquelas palavras soaram tanto aos meus ouvidos como aos ouvidos do gabriel como se despertasse em nós como uma campainha. os seus olhos enormes olhos marinhos engoliram os meus olhos castanhos e um sabor doce veio-nos à boca enquanto o desejo se espalhava pelas nossas veias.
o cruzar das nossas existências fora sublime e agora o destino enlaçava-se em nós como uma fantasia coberta de cumplicidade e revestida a suor nocturno. beijei-o. assim que os meus lábios se separaram dos meus ele disse-me: "continua, estava a gostar." a força do meu desejo e a aceitação por parte dele esfumaram-se numa espuma de sensações e descobertas que ainda hoje lembro com particular saudade de como as suas mãos levaram as minhas ao meu quarto e de deitaram na cama em que sempre durmo. nessa noite a insónia e o prazer invadiram os meus lençóis até que a manhã despertasse e rasgasse o meu quarto de uma ponta à outra com os raios de sol. é manhã e o meu corpo durido, completamente despido e imóvel enche-se de vida nessas primeiras horas do meu dia. que se passa?
acordo como se fora abatido por uma súbita ressaca da noite anterior. com um pequeno esforço rodo a cabeça e descubro que, por entre os lençóis um outro corpo se encontra deitado. eu nada mais faço que recordar as coisas que fizemos. o meu pénis mexe-se pelo fluxo de memórias na minha cabeça. "foi tão bom", penso eu. aquele rapaz deitado ao meu lado partilhara algo comigo que eu, ainda agora, sinto não ter sido real.
a minha mão toca no lençol que cobre as costas de gabriel. o seu corpo agita-se um pouco. a minha mão desliza mais um pouco trazendo atrás de si o lençol e revelando aos meus olhos a sua pele um pouco bronzeada. ele vira-se de lado e a minha mão continua a pesquisar o seu corpo, sondando cada canto que conhecera pela primeira vez a noite passada. sinto na ponta dos dedos cada um dos mamilos que beijara, sinto na palma da mão o suor que me molhara.
ele começa a acordar sem se lembrar onde se encontra. recordo-o e ele beija-me. diz-me que tem de ir mas eu convenço-o a ficar mais um pouco. ofereço-lhe um pequeno almoço mas ele não se levanta os olhos, pergunto-lhe se está bem mas ele diz-me que não, tem a cabeça à roda. passo-lhe a mão pela cara e ele diz-me para continuar. acabo por o massajar completamente à medida que lhe vou também tirando a roupa do corpo.
ambos nos excitamos mas a manhã corre e cada um de nós tem de voltar à sua vida. antes ainda de nos separarmos prometemos um ao outro que nos contactaremos novamente e partimos pela cidade à espera de um novo encontro.