Saturday, December 26, 2009

conto homo-erótico, a segunda sequela

Depois de uma longa viagem será sempre bom acharmo-nos em uma cidade desconhecia. Descemos do comboio e vemos que tudo em nosso redor é novo e à espera de ser descoberto. Sempre achei que deve­ria fartar-me de viajar, de assegurar que percorreria em dez anos as principais capitais da Europa e que nesse tempo conheceria essas cidades como a palma da minha mão. Sempre achei que isso seria possível e que se me fartasse de andar por estas grandes cidades poderia descobrir alguma pequena localidade. Foi o que fiz.
Durante toda a viagem estive em suores constan­tes, mas agora que saí sinto que devo ter mais que o cansaço como lembrança da viagem: julgo que devo ter apanhado um pouco de febre. Grande mal, pois o tempo está fantástico e eu junto a uma praia adoenta­do. Isso é algo que deveria ser condenado.
Chamo um taxi. O homem leva-me ao lugar onde tinha um quarto à minha espera na rua x. À entrada desse edifício tipicamente dos anos noventa, cor tijo­leira, uma empregada da limpeza mostrava o seu tra­seiro em resultado das escadas que limpava com um pano.
- Boa tarde.
- Boa tarde. Que deseja?
- Procuro o apartamento do senhor Simon
- É no piso quatro. Lamento informar que aqui não existe elevador.
- Não se preocupe com isso. Tenho boas pernas...
- É a porta que fica mais ao fundo.
- Agradeço a informação. Eu julgo que ele estará à minha espera.
- De nada. O meu nome é Elizabeth.
Virei as costas e subi as escadas que ela acabava de limpar. À medida que subia a sensação de uma crescente solidão invadiu-me. Parecia que o escuro era maior. Só no último piso é que a luz do sol tinha alguma função. No piso quatro. Assim que o atingi um corredor se atravessava à minha direita. Assumi que a última porta seria a de Simon. Toquei à campai­nha. Um jovem com quase trinta anos me veio abrir a porta. Tinha um robe de seda vermelho escuro, bem colado ao corpo. Nos olhos trazia o ar de quem se ti­nha levantado à pouco.
- Boa tarde.
- Espero não me ter enganado no apartamento.
- Não, não, eu é que esperava que viesses um pou­co mais tarde. Ontem deitei-me tarde e só me levantei à pouco estava a comer qualquer coisa.
Não sei se o que dizia era verdade ou não, mas não me importei de contemplar o meu inquilino com roupas um pouco curtas no seu à-vontade em casa. Dava impressão de ter um peito liso, pernas sólidas, rosto amigável, ar de brincalhão mas que me dava a impressão de que ele era mais do que mostrava aos outros. Conheci-o por meio de uma rede de quartos disponíveis a alugar pela internet e resolvi pedir infor­mações para algumas terras que achei interessantes de conhecer, Simon foi o único que me mostrou um quarto com boas condições além de o preço convidar a isso.
Vinha um pouco cansado a mais por causa do pe­queno acesso de febre. Simon perguntou-me se estava bem e disse que não fosse esta febre estaria melhor. De imediato me apresentou o quarto e disse para que me deitasse ou descansasse. Se era para ter férias, que as tivesse nas melhores condições, não que aquilo fosse um hotel de luxo, mas ele gostava de receber atenciosamente.
No quarto achei uma mesinha de cabeceira onde tinha um mapa da terra e algumas informações turísti­cas, no guarda-fatos achei uma toalha que ele me for­neceu de cor vermelha escura. Tinha também no quar­to um enorme espelho numa das portas do roupeiro. Também havia um pequeno frigorífico vazio mas em funcionamento. Dentro de poucos momentos Simon batia à porta para me trazer um chá acabado de fazer e com um comprimido anti-gripal, preferia que eu melhorasse o mais depressa possível. Para minha in­felicidade vinha agora vestido com umas calças de ganga e uma camisa um pouco aberta da cor da sim­plicidade. Nesse momento eu estava com as calças na mão pronto a meter-me na cama sentei-me debaixo dos cobertores com o tabuleiro do chá em cima das pernas e tomei-o enquanto Simon virava as persianas para entrar um pouco menos de claridade no quarto.
- Vou agora sair um pouco. Se precisares de algu­ma coisa é só ligares para este número.
Agradeci e preparei-me para dormir um pouco en­quanto ele me saía do quarto. Durante a minha sesta tive estranhos sonhos e, não sei se teria sido do chá ou dos comprimidos, mas a verdade é que quando acor­dei estava bem melhor. Possivelmente teria sido ape­nas uma indisposição. Assim que me levantei lem­brei-me de Simon. A verdade é que o site de onde tirei este contacto não era gay e eu era um pouco tímido para me fazer a este gajo lindo, não tinha lata sufi­ciente, mas devo admitir que ele me excitava.
Na gaveta da mesa de cabeceira encontrei dois preservativos, presumi que seriam uma oferta tam­bém. Fui até à casa de banho tomar um banho e fazer a barba, não fazendo ideia se Simon andaria ou não por casa. O wc era muito interessante: bastante espa­ço, linhas simples, uma janela com pauzinhos de in­censo, um aroma suave de limpeza mas não de produ­tos, um perfume a... canela, talvez. Repousei um pou­co na banheira que enchi até meio e passei um pouco de um óleo perfumado que me tinham oferecido no Egipto. Notei que havia barulho em casa mas não reparei que deixara a porta da casa de banho apenas encostada. Em breve do outro lado estaria Simon a espiar-me como fiquei a saber assim que olhei para o espelho quando saía da banheira.
Ele ficara espantado por eu o ter descoberto e eu fiquei espantado por ele me estar a ver naquele mo­mento em plena excitação. Devem ter sido apenas breves instantes que ficámos assim, mas pareceram-me uma eternidade... Simon voltou para o seu quarto e eu para o meu com um sorriso nos lábios.
Com uma toalha mais pequena passava o meu ca­belo para o secar diante do espelho que ficava mesmo ao lado da portada para a varanda com as persianas corridas. Simon em breve veio bater-me à porta com o seu sorriso aberto. Os seus olhos, como sempre os veria, tinham um brilho muito especial.
- Peço desculpa pela minha indiscrição de há pou­co.
- Não tens de pedir desculpa. Na verdade eu fiquei um pouco embaraçado, mas não fiquei perturbado com isso.
- Ia a passar para o meu quarto e reparei que o teu corpo era interessante. Não era intenção minha fazer algo disparatado
- Eu há pouco também reparei que o teu corpo é bem interessante...
Ao dizer isto ele aproximou-se suavemente da cama. Percebi que ele também estava perturbado com aquela situação que não deveria ser demasiado fre­quente para ele.
- Em geral as pessoas que aqui vêm não são parti­cularmente interessantes, sabes. Gosto de apreciar ho­mens mais que mulheres. E...
Sem que dissesse mais o que fosse eu colei os meus lábios nos dele e trocámos carícias um com o outro. Tirei-lhe a camisa mostrando um triângulo de pequenos pêlos aparados de cor clara na zona do peito e uns redondos mamilos prontos a serem saboreados. Com o meu avanço ele também não se fez de rogado e continuou o avanço passando-me a língua pelo ou­vido e acariciou-me a nuca e os mamilos.
A boca dele tinha um sabor a menta, possivelmen­te de alguma pastilha que tinha comido ou de algum forte chá que tinha bebido, dava-lhe um aroma fresco, agradável para aquela tarde de verão. Ombros amplos e costas largas foram percorridos pela minha língua aspirando-lhe a canela do aroma do seu gel de banho. Ambos estávamos bem excitados mas ainda não reve­lávamos as nossas armas apesar da nossa vontade mú­tua.
A verdade é que ele tinha um compromisso e den­tro em breve o viriam buscar.
- Porque não vens comigo? Tenho a certeza que nos vamos divertir.
- E onde vais?
- A uma festa privada de uns amigos meus. Como sou de confiança tenho a certeza de que eles não se importam que eu leve companhia; eles mesmos de­vem levar as suas companhias e assim continuávamos o que temos tanta vontade.
- Como posso eu recusar?
- Não podes.
- Assim sendo...
- Vou ao meu quarto buscar algo para levares ves­tido.
Achei estranho que me desse algo para vestir, mas aceitei a sua dádiva. Quando regressou ao meu quarto trouxe um fato de banho bem curtinho de cor azul marinho e uma camisa um pouco pequena do mesmo tom com uns tons mais claros como se tivesse sido la­vada num programa errado. Gostei da ideia, se bem que lhe disse que não iria conter-me com o meu pau muito tempo em baixo.
- E isso que importa?
Ele tirou-me a toalha da cintura mostrando o como estava excitado e colocou-me o fato de banho. Depois pegou no meu perfume e espalhou-o pelo meu tronco inflamado de prazer, aproveitando para dar um beliscão nos mamilos de novo. Vestiu então a camisa que ficava mesmo pela linha da cintura mas que não dava para abotoar. Assim deixaria à mostra o meu pei­to, como verdadeiro turista que era.
Ele foi até ao seu quarto e vestiu umas calças brancas quase transparentes com um fato de banho por baixo que reparei ser azul claro. Por cima não le­vava camisa alguma, apenas a sua tatuagem na parte interior do braço com um poema de Shakespear em caracteres góticos. Óculos de sol para os dois. Calçado e prontos para a festa. Só a sair de casa é que ele me disse:
- Esqueci-me de me dizer, esta festa é só para ra­pazes.

No comments: