Monday, February 20, 2006

dias negrentos

O Anjo Negro -
Chegou a altura de ter que te abandonar e deixar o teu corpo arrefecer sem mim.
O nosso castelo está a ganhar luz, não posso mais ficar aqui, tenho que sair ainda dentro desta escuridão criada por nós!
Tornei-me num anjo, no teu anjo, aquele que te protegeu, mas agora tenho que ser aquele que vai desaparecer com a Lua, numa fusão idêntica à dos nossos corpos que se fundiram nesta noite fria, escura, mas de muito amor!
O teu corpo está gélido, como nunca, no teu pescoço ficou a minha marca eterna, mas a marca principal, essa, deixei na tua alma que é agora não só tua, como minha, como nossa!
Os teus lábios ainda estão da cor de uma rosa vermelha como aquela que te deixei aí ao lado, para ti amor, porque sim, vais acordar!
Desço a nossa torre e sinto algo a escorrer pela minha cara, nasceu nos meus olhos e está agora a morrer nos meus lábios, tem um gosto salgado e me enche de tristeza e saudade!
Não estarei eu a perder-te?
Mas assim a Lua me comanda, é ela que me chama, não posso acordar contigo muito menos presenciar o nascer do sol, é o preço da nossa eternidade!
Jamais poderemos ver o nascer do sul juntos como outrora fizemos, mas meu anjinho, ao cair da noite, cá estarei para unir o nosso sangue, os nossos corpos, o nosso amor, jamais te deixarei acordar deste sonho, um sonho nosso que vive eterno, um sonho nosso que vive alimentando um amor na escuridão imortal! do blog do alex ao que respondi:

o meu castelo está negro, de pedras húmidas do teu, do meu, do nosso suor enquanto o meu sangue me escorre do corpo. o meu corpo está gélido como dizes. o beijo que me deste provocou a minha queda e não mais eterna será a minha alma. a minha pele endurece e o meu corpo gela ainda mais. deixo de ter sangue enquando me beijas e o meu corpo muda. para mim apenas exitirá a noite depois desse beijo; de dia sou pedra mirando o horizonte à espera que a lua volte e o meu corpo pétreo ganhe novamente vida desta minha mortalidade eterna como gárgula da tua catedral onde se passeiam espectros de uma era que não é mais, nessa tua catedral mais fria que o meu, nosso coração após esse teu beijo. caí do limbo, arranquei de mim essa condição de anjo e abandonei-me a ti

2 comments:

Anonymous said...

Hummm....belas palavras leio eu por aki, mas ao mesmo tempo noto tristeza!Porquê? Já a algum tempo que não passava por aki, prometo ser mais assiduo,esperando ver-te mais alegre!Abraço grande!

AFSC said...

Mais uma vez parabéns pela continuidade que deste ao meu texto, acredita que adorei a tua "resposta", volto a dizer que gosto muito da forma como escreves!