Saturday, January 21, 2006

porque escrevo sobre sexo

há já algum tempo que me venho a questionar o facto de escrever tanto sobre os actos sexuais, mais concretamente sobre relações homossexuais. o facto de escrever sobre homossexuais poderá explicar-se facilmente pois sou um homossexual assumido e que gosta de escrever, não camuflando a sua identidade. o facto de escrever sobre os actos sexuais é que é mais complicado...
procuro nos recantos mais internos de mim mesmo uma razão para gostar tanto de tentar escrever coisas estimulantes, mas essas palavras escapam-se-me. eu tendo a ser uma pessoa um pouco dada a libertinagens mas nada que se compare às coisas que escrevo; para além disso tenho alguma timidez na minha pessoa. acho que a internet facilita as coisas, eu passo por mais um panilas a escrever indecências que algumas pessoas até apreciam mas que não passa daí, uma pessoa a revelar as suas fantasias a ninguém em concreto - que me desculpem as pessoas que conheço pessoalmente - o certo é que tem alguma piada escrever este tipo de coisas... uma pessoa pode explorar a sua sexualidade e conhecer-se melhor

Friday, January 20, 2006

VIP's Club - Mira

eis que o próximo fim de semana vou novamente a mira para mais uma noite no bar que começa a ser habitual. uma coisa de curioso com esse bar é o facto de sempre que lá vou acontecem sempre coisas do mais intenso que podem imaginar; e não falo de cenas sexuais ou mesmo de engates, mas antes de coisas estranhas que acontecem comigo ou com as pessoas que me acompanham. prometo a mim mesmo fazer um post acerca de tudo o que me tem acontecido nesse bar, mas tem de ir com calma, preciso de me lembrar de tudo...

Thursday, January 12, 2006

aquela noite em braga



a verdadeira opção que tenho para realmente deixar o ofício da melancolia que toma conta de mim é render-me ao preverso vício do sexo. como lamas me fez notar, nada na vida é sem que tenhamos o nosso, tão excitado, sexo a ser manipulado por uma outra pessoa; que outras mãos, mais diferentes das nossas, mergulhem na nossa pele e deslizem em harmónicos movimentos. o desdém da acumulação da tesão. como aquela noite em que parámos em braga...
desta vez, no entanto, o coolboy é que deveria entrar primeiro. o seu pénis é dos mais fabulosos que já vi. nós, talvez três, talvez quatro, se o oceanico se juntar a nós, desbundaríamos a noite entre uma trovoada gotejante. do suor que mancha não precisamos de nos preocupar; desta vez escolhe-se um lugar tão porco e barato como o anterior mas desde que tenha banheira. lembro-me de ver na nádega direita do oceanico o seu sinal de nascença que o lamas tanto gostava de mamar. nos momentos em que o coolboy se vinha em cima de mim...
a minha cabeça desliza como uma folha morta enquanto me despem (nunca gostei de me despir). era lamas quem ma tirava e empunhava logo o meu bastão; depois passava-o ao coolboy onde me vinha pela primeira vez, nessa boca que adejava à procura da minha língua. ele sempre gostou de me chupar; as suas entranhas contorciam-se ainda estava eu despido à metade. mancho a lisa pele dos corpos suados, estranhos corpos repuxando orgias. durante aquela noite desmanchámos os nossos complexos. durante aquela noite fodemos até não termos mais esporra para esguichar...
os móveis do quarto alugado são invisíveis, não existem. apenas vemos a cama onde largamos os nossos devaneios e fantasias. apaçpo demoradamente o cu de oceanico. contorce-se ele em prazer. durante aquela noite ainda o penetrarão mais cinco vezes (de todos nós ele sempre foi o mais passivo). bebemos licor du lait, inalamos droga en plaisir... são quatro da manh. o meu cu e o meu pénis estão tesos do uso. ainda demorará a recuperar. ainda lambo o sexo do lamas antes de cair no sono da madrugada... aquela noite em braga.

Tuesday, January 03, 2006

eis que chega o último dia do ano e eu cá ando, sempre com coisas para fazer.
a minha passagem de ano começou por volta das 14 horas quando decidimos (eu e o meu namorado) irmos para o dolce vita apreciarmos um pouco da paisagem (que é como quem diz, ler um pouco e ver as pessoas que passam.
anda muita gente a passear, normal, não fosse este um dia próprio para isso.
entre as coisas que vou lendo, começo a vibrar - que é como quem diz que o meu telemóvel toca - e tudo porque, como haviamos combinado, hoje, em casa do meu gajo, seríamos quatro à mesa: eu, o jorge, o steve e o andré. lá combinamos as coisas e eles vêm ter connosco pouco depois de nos enchermos com comida plástica destes centro de consumo.
conversamos e abichanamos um pouco e acabamos por ir fazer as compras para o jantar que decidiramos ser esperguette à bolonhesa. meteu-se uma moeda na ranhura do carrinho e deslizamos pelos corredores do jumbo tirando das prateleiras tudo o que precisávamos.
nem no jumbo nos deixámos de portar como cachopos, desde eu a andar com o carrinho como se fosse um skate, até ao ficarmos embasbacados a olhar para dois gajos por serem muito bonitos, uma paródia muito bicha e completamente citadina.
ok
seguimos para casa do jorge, indo eu e ele a pé e o resto do pessoal a pé. entre as últimas limpezas do ano em casa orientadas pelo andré, às piadas do steve, o ambiente foi sempre muito bem disposto. um comentário à parte, foi sempre um jantar muito na moda, ou não fossem os gays muito fashion - para mais informações ver uma revista da sábado há umas semanas.
o meu medo esteve sempre presente apesar da boa disposição; uma discussão com a minha mãe estragou o que poderia ser a minha melhor (e foi-o sem dúvida) passagem de ano. o seu homossexual em famílias muito conservadoras é muito complicado e mesmo perigoso...
depois de jantar seguimos para o VIP's club onde foi a bichice completa da noite.
entrámos e o ambiente de festa já se fazia sentir; eu, como sempre fui cumprimentar as pessoas que conhecia por lá: os transformistas que gosto imenso de os ver e saudar, o alberto com quem dancei bastante e que se atirava descaradamente a mim mesmo à frente do meu namorado...
duas pessoas que eu achei curioso foram dois amigos nossos que já lá estavam quando entrámos vestidos de forma muito feminina, sandálias de salto alto, um deles levava uma camisa com uns grandes folhos e o outro um pano em torno da cintura parecendo um toureiro bicha. ambos estavam embriagados pelo glamour do ambiente. a pista de dança, no momento em que entrámos já se encontrava meio preenchida de pessoas dos mais diversos estilos. uma prova que a homossexualidade atravessa a sociedade transversalmente.
música... dança... champagne... casas-de-banho a meter gente e esvaziar... toques e beijos... uma orgia fenomenal elevada ao expoente máximo da loucura do ano-novo.
um casal amigo nosso chega por fim. entre palavras e saudações, noto que em pouco tempo um deles começa a beijar descaradamente um rapaz do bar mesmo nas costas do namorado que nada se parece importar com a coisa. este casal tem algumas particularidades, como ambos são bastante "carniceiros" em termos sexuais e têm gostos bem diferentes, não se importam com este tipo de cenas, mesmo sendo em frente a toda a gente.
na pista corpos agitam-se e mexem-se constantemente como que inundados pelas águas da música que não vai parando e a comida também não vai faltando, petiscando aqui, cheirando ali, bebendo além, uma pessoa vai-se entretendo... arranjando alguma maneira de esquecer as mágoas que no trespassam o coração.
por fim o espectáculo começa com as actuações das divas residentes, do dono do bar e (uma novidade) uma grande amiga do dono que cantou sem playback de forma adorável. nesta noite houve duas sessões de espectáculos onde numa delas foi incluído um número de simulação erótica.
a música continua.
o coração bate a cada compasso e o corpo não consegue mais ficar parado.
as horas passam e uma ligeira tremura faz-me ir à casa de banho passar o rosto por água. no caminho vários olhares se cruzam no meu.
na casa de banho não reina o silêncio, ecos da música fazem-se ouvir, um gajo está num dos urinóis e outro mesmo atrás de mim admirando o meu traseiro. não paro por lá muito tempo... prefiro dançar.
peço mais uma bebida e como mais qualquer coisa.
mais um pouco de champagne.
mais uma música.
entre as paragens e compassos na pista o andré, gajo de temperamento meio tímido para o engate, começa a fazer-se a um gajo que acha muito interessante. nós o incentivamos e ele, a muito custo lá se faz a ele; o que importa não é o que estamos a fazer, importa mais aproveitarmos o nosso tempo para viver respeitando o espaço dos outros.
a certa altura chega o ex-namorado do jorge, uma pessoa com quem me dou muito berm quando o meu namorado não está presente. os três pela segunda vez naquela discoteca era um pouco... complicado...
a primeira coisa que o eterno ex (como o costumo apelidar) fez foi saudar-me e eu retribui. sabia que a noiter iria correr bem, mesmo estando aquele trio quase amoroso presente no mesmo lugar.
pouco mais há a contar...
a noite prolongou-se até não muito tarde pois teria de ir trabalhar no dia seguinte. valeu a pena, estive com os meus amigos que me apoiaram e não me deixaram ir abaixo, porque se nos queremos manter vivos, precisamos de ter esses ombros que caminham ao nosso lado.

a todos estes meus amigos e aos outros com quem tenho estado, pelos momentos que partilhamos... os meus sinceros agradecimentos mais profundos, a vós devo muito.

olhares

o cheiro a mijo que penetra nesses urinóis deixa-me enojado
a vida neles faz-me sentir desejado
procuro...
acho
sondo...
tudo como sempre esteve.

três horas da tarde e não tenho nada para fazer.
desço a rua até ao centro comercial pouco em voga para a maior parte da cidade
onde eu procuro uma coisa muito mais fácil de encontrar que aqui.
olho...
esta hora, bem morta para muita gente
enche-se de vida para que, como eu, quer o engate fácil e sem compromisso.
ainda há dias escrinhava nestas paredes o meu número de telemóvel,
a sensação de pecado deliciava-me
na ponta da casa de banho um rapaz olha-me de lado.
belisco a minha pálpebra e a minha pupila interessa-se
ele olha novamente e eu retribuo -
com apenas olhares compreendemo-nos -
eu vou lavar as mãos enquanto ele ainda está a mijar
saio da casa de banho e faço alguns passos a dar tempo de ele acabar,
não quero perdê-lo,
olho uma montra meio distraído até o sentir sair de lá.
um passo
dois passos
três passos
quatro
ando mais um pouco e ele segue-me.
subo as escadas até ao piso de cima e a sua presença faz-se sentir ao perto
não posso mais...

- vamos?
(A pedido de uma pessoa amiga resolvi ceder e continuar uma história que tenho neste mesmo blog)

eu perguntei-lhe se ele era gay. ele disse-me que sim. aquelas palavras soaram tanto aos meus ouvidos como aos ouvidos do gabriel como se despertasse em nós como uma campainha. os seus olhos enormes olhos marinhos engoliram os meus olhos castanhos e um sabor doce veio-nos à boca enquanto o desejo se espalhava pelas nossas veias.
o cruzar das nossas existências fora sublime e agora o destino enlaçava-se em nós como uma fantasia coberta de cumplicidade e revestida a suor nocturno. beijei-o. assim que os meus lábios se separaram dos meus ele disse-me: "continua, estava a gostar." a força do meu desejo e a aceitação por parte dele esfumaram-se numa espuma de sensações e descobertas que ainda hoje lembro com particular saudade de como as suas mãos levaram as minhas ao meu quarto e de deitaram na cama em que sempre durmo. nessa noite a insónia e o prazer invadiram os meus lençóis até que a manhã despertasse e rasgasse o meu quarto de uma ponta à outra com os raios de sol. é manhã e o meu corpo durido, completamente despido e imóvel enche-se de vida nessas primeiras horas do meu dia. que se passa?
acordo como se fora abatido por uma súbita ressaca da noite anterior. com um pequeno esforço rodo a cabeça e descubro que, por entre os lençóis um outro corpo se encontra deitado. eu nada mais faço que recordar as coisas que fizemos. o meu pénis mexe-se pelo fluxo de memórias na minha cabeça. "foi tão bom", penso eu. aquele rapaz deitado ao meu lado partilhara algo comigo que eu, ainda agora, sinto não ter sido real.
a minha mão toca no lençol que cobre as costas de gabriel. o seu corpo agita-se um pouco. a minha mão desliza mais um pouco trazendo atrás de si o lençol e revelando aos meus olhos a sua pele um pouco bronzeada. ele vira-se de lado e a minha mão continua a pesquisar o seu corpo, sondando cada canto que conhecera pela primeira vez a noite passada. sinto na ponta dos dedos cada um dos mamilos que beijara, sinto na palma da mão o suor que me molhara.
ele começa a acordar sem se lembrar onde se encontra. recordo-o e ele beija-me. diz-me que tem de ir mas eu convenço-o a ficar mais um pouco. ofereço-lhe um pequeno almoço mas ele não se levanta os olhos, pergunto-lhe se está bem mas ele diz-me que não, tem a cabeça à roda. passo-lhe a mão pela cara e ele diz-me para continuar. acabo por o massajar completamente à medida que lhe vou também tirando a roupa do corpo.
ambos nos excitamos mas a manhã corre e cada um de nós tem de voltar à sua vida. antes ainda de nos separarmos prometemos um ao outro que nos contactaremos novamente e partimos pela cidade à espera de um novo encontro.