Friday, October 01, 2010

Obscuro amor - Poema sobre um amor proibido


vem espírito em mim
mostra as minhas mãos fechadas
com o coração do mundo a bater
vem até mim
coberto com mantos de seda negra
e perfume de almíscar selvagem
e ventre liso onde te beijo

vem espírito selvagem
trazer-me toda a fúria e ardor
e inflamar a minha pele do teu chicotear
assim como amo os teus gemidos.
vem até mim espírito
mergulhar as fortes emoções
de um beco escuro
de uma corda ou de um nó
vem até este momento
espírito futuro
saborear o que tenho a dar-te
vem espírito indomável
que calçarei as luvas de cabedal
e trarei a mota potente para que a puxes
com a tua força colossal
vem armado em animal doméstico
e eu te darei uma trela negra
para um alão dos infernos fazer de ti
uivando na noite escura
te despirei de todos os andrajos
os rasgarei a todos em pedaços
amarro-te ao poste
soldar-te-ei à minha vontade suprema
e te deitarei em pêlo
no lombo do veículo.

vem deixar-te controlar pelo meu riso
pelo bater da chibata
e o ranger dos dentes
tu que és um espírito com dono
que mais que tudo és forte
como uma barragem
e eu cruel como Némesis
e mesmo sem amor compreendido
nos vemos em portas feitas e fechadas
à nossa vontade dual comum
tu e eu somos espíritos malignos
que só vêem à luz do dia
quando a morte escura é suprema mansão
e a dor mais pura a mais refinada sensação.

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