Sunday, May 29, 2011

Lady Gaga

Lançado este mês, envolvido em muita polémica, o novo álbum de Lady Gaga surge com dois singles: Born This Way e Judas para nos acolher neste verão. Born this Way, a música que dá o nome ao álbum pode vir mesmo a constituir um novo hino gay.
Para não variar insere-se nos dois vídeos com o seu other side style a nível de caracterização que muito a tem marcado e feito com que muita gente a admire nesse aspecto, mesmo que em desinteresse às músicas que faz, sendo que tem sido inclusive considerada uma das pessoas mais influentes no mundo actualmente vindas directamente da música como o foi no seu tempo Michael Jackson ou os Beatles.
O vídeo Judas andou a circular desde a Páscoa passada, altura em que já há muito se anunciava este álbum e dois meses depois do lançamento do single Born this Way, a 23 de Maio é lançado o cd Born this Way. Escusado será dizer que em qualquer dos casos a artista faz um trabalho de caracterização elaborado, como vem sendo sua imagem de marca, em figuras como Maria Madalena, Vénus de Boticelli no caso de Judas ou influência de Madonna, Michael Jackson, do filme Metropolis ou o Juízo Final de Michelangelo. Neste último vídeo aparece também um triângulo rosa, símbolo nazi de pessoas que eram levadas para os campos de concentração e colocado no braço como marca de perversidade. Sobre os vídeos não vou falar muito hoje, no próximo mês falo algo mais.

Aqui ficam as duas músicas para ouvir e ver.

Judas

Escrito e produzido por Lady Gaga. Vídeo co-produzido por Lady Gaga e Laurie Ann Gibson. Coreografia por Laurie Ann Gibson.

Born this Way

escrito por Lady Gaga. Produtor executivo: Vicent Herbert. Dirigido por Nick Knight. Coreografia por Laurie Ann Gibson.

Saturday, May 28, 2011

Uma GayChoice - Vídeo da semana



Vídeo passado no metro de Nova Iorque. Vamos procurar fazer algo em Lisboa???

Três Casamentos e Um Funeral no GayChoice

Começamos este GayChoice de hoje com música. Não um tema de um filme de Mike Newell (de nome Quatro Casamentos e um Funeral) mas com um momento da ópera "Sonho de uma Noite de Verão", a Marcha nupcial de Mendelssohn. As cordas arpejam as notas da música presente na parte dos casamentos vistos ainda no dia de hoje.



Um casamento trata-se de uma união, uma aliança entre duas pessoas que se amam - ler isto acompanhado de Mendelssohn é quase extásico - é uma união para o resto da vida. Feito com lindos vestidos, com alianças e muito amor. Ou pelo menos era suposto (imaginem agora que o disco da ópera tem aqui um risco).
Alguns casamentos viram divórcios. Muitos se são por conveniências, outros por outros motivos mais ou menos obscuros.

Falemos das conveniências.
O Inimigo Publico - suplemento do diário português do qual sou grande fã - publicou no facebook uma notícia que, de certo modo se pode dizer ter acontecido. Afirmava o repórter que e Portugal se iria utilizar a esbelta mulher desnudada de nome República, patrona da Assembleia de São Bento para seduzir o FMI com a finalidade de não ser tão exigente para com o nosso
país. Ora, por causa das voltas do amor, tal como acontece na ópera do Mendelssohn, as tentativas de sedução dão em falhadas e República volta para casa toda furiosa com a frigidez do FMI. Assim, pensa em servir-se de uma poção, como a usada em "Sonho de uma Noite de Verão" para a lançar sobre o senhor FMI.
Resultado: Strauss-Kahn alegadamente terá violado uma rapariga de hotel em N.Y. O Sr. FMI esqueceu-se que não estava na França mas do outro lado do Atlântico onde as senhoras não são tão, chamemos, atiradiças. Os vícios do amor são sempre complicados de tratar!...

Um casamento desfeito.

O Senhor Portugal, um dos poucos países masculinos da família Europa, tem-se tentado fazer de mulherengo com vários outros países com a finalidade de pedir ajuda à crise, tal como uma espécie de Valmont de "Ligações Perigosas". Um dos países é a Alemanha. País a que tem recorrido por diversas vezes e em diversos momentos. A lembrar que na Alemanha de Hitler, Portugal era um fornecedor quase exclusivo de metais para o fabrico de armamento para a Segunda Guerra Mundial, a troco de comboios de ouro. Metal em troca de ouro. Nada de extraordinário. Tal como um homem que precisa de uma mulher bonita para mostrar poder e a mulher precisa de dinheiro e de uma vida fácil para as suas coisas. Portanto, com a ajuda internacional Salazar conseguiu meter dinheiro nos cofres do estado.
A Alemanha aceitou ajudar o nosso país, mas, cito a chanceler alemã, "só ajuda se os outros se esforçarem. É preciso que o demonstrem." Vai ser difícil. Os tempos mudam e não são iguais aos tempos das ditaduras europeias de início de século XX. É um facto. No entanto existe uma certa circularidade na história do nosso país.

E estamos em fim de Maio. Um mês de primavera por excelência. Um mês em que o alado jovem das setas amorosas busca os corações mais aflitos por amores. Não foi neste mês, mas no mês passado - o mês associados a coelhos e lebres, o que lembra a playboy - que se deu um casamento conto de fadas. Isto dizem uns. Outros dizem ter sido um completo casamento planejado há muito tempo entre um principe e uma princesa.
Enquanto umas pessoas se emocionavam com a boda, existirão sempre essas pessoas, outras pessoas faziam apostas e jogavam a dinheiro o tempo de duração da relação entre estas pessoas da casa real britânica. Desde os tempos da indecente princesa do povo que essa família tem mergulhado num conjunto de poucas vergonhas de sexo, drogas e escândalos que uma velha
senhora de idade tenta manter afastado da opinião pública. Um casamento real é para toda a vida. Há quem afirme que por Diana não ter cumprido esta norma, a perseguiram e planejaram a fatídica viagem, aquela que a conduziu à sua tumba!
Esta família tem passado por uma série de peripécias que davam uma série de grande extensão a passar num qualquer canal da televisão digital: risco de bancarrota, atentados, filhos desordeiros, divórcios... coisas que acontecem a todo o comum mortal.
A rainha terá um longo trabalho a fazer - talvez o deixe ao seu descendente - num processo de apaziguar a Irlanda. A Irlanda e o Reino Unido têm vivido uma relação de ódio sem fim à vista. Talvez seja preciso um Romeu e uma Julieta morrerem.
Casamento precário - 2.

E pego no Shakespear. Depois dos casamentos de "Sonho de uma Noite de Verão" um romance além da morte em Romeu e Julieta", salto para o funeral. Depois do serviço fúnebre do pai, um jovem mantém o seu luto. a sua capa negra o leva a viajar por questões existênciais sobre o escândalo a que a sua família é alvo e a sua procura de reconquista da honra real. O escândalo deve-se ao facto de a sua mãe ter casado com o tio (aquele que terá assassinado o pai) e que as carnes do serviço fúnebre serviram para o banquete das novas bodas. A luta pela honra do jovem Hamlet o leva a cometer actos quase dignos de o tornarem um verdadeiro terrorista à estabilidade do estado da Dinamarca.
Esta divagação para lembrar ter-se morto um homem de nome Bin, visto por uns como um terrorista, por outros como um mártir. Morreu a defender os seus ideais, o que é sempre complicado. E será que ele está mesmo morto? Será que ele foi mesmo morto na data divulgada pelo presidente dos estates?
As dúvidas se mantêm.
As dúvidas alimentam os seguidores deste mártir a terem a sua vingança.
Vejamos o que o futuro aguarda.
Casamentos - 2.
Funerais - 1.
Falta um casamento para cumprir o que prometi.

E neste momento me sinto indeciso. Ou escolho um casamento que tem a ver com o nosso país - mais um assunto sobre Portugal. Ou escolho um casamento que não vai acontecer.
A escolha é complicada. De qualquer modo tenho de manter a minha promessa, por isso o terceiro casamento tem mesmo de acontecer.

Depois de ter falhado de um casamento falhado, um outro precário, o melhor mesmo é falar de um casamento que contra todas as inconveniências terá mesmo de acontecer. Isto recorda-me certo "Gato Preto Gato Branco" de um certo Kusturika.
Este futuro casamento que terá de acontecer, já gerou promessas muito pouco claras, já gerou risos, já gerou lágrimas, já gerou faltas de educação e gerou acima de tudo queratina.
Falo, como é óbvio do casamento dos portugueses com o resultado eleitoral no início do próximo mês que, a menos que ocorram alterações significativas de opinião, terá de ocorrer com o PSD ou o PS.
Não sou adepto em seguir a política portuguesa, mas a verdade é que esta campanha eleitoral ainda nem havia começado e estava já com contornos de uma verdadeira novela mexicana, "com níveis de testosterona próprios de adolescentes" (opinião de Camilo Lourenço).
Na terra dos meus pais se diz que em casa onde falte pão, todos ralham e ninguém tem razão.
A campanha a decorrer tem sido uma verdadeira troca de insultos sobre "passo a expressão, pintelhos" (expressão tirada de uma frase de Catroga). Quer-me parecer que, pelo andar da carruagem, ao fim desta campanha, se tem os políticos completamente depilados da ponta dos pés à ponta da cabeça.

Com estes casamentos que fazer? Assistir.
E não resisto. Vou mesmo falar do casamento que não vai acontecer. E acerca disto me penetro nos casamentos do Toninho de Lisboa a serem celebrados em toda a pompa e circunstância. Acerca disto obtive um comentário da parte da câmara de Lisboa a afirmar não existir nenhum casal gay que se tenha inserido no programa de casamentos de Santo António. Penso que não
perceberam o porquê e, assim sendo, dou uma resposta muito pessoal.
Apesar de há cerca de um ano ter sido aprovada a permissão de casamento homossexual, a verdade é que a maioria das pessoas que o aprovaram, sejam elas pessoas interessadas em casar, sejam elas simpatizantes da comunidade lgbt, aprovaram o casamento com a ideia de se poder optar pela decisão a assumir este compromisso ou não. Creio que isto ainda não foi bem percebido.
Além do mais, geralmente os homossexuais e a igreja católica, à qual pertence o Toninho Lisboa, não se dão bem. além de eu desconfiar desses homens que vestem saias e estão muito enclausurados nos conventos!

A terminar lanço então o bouquet. Alguém que o apanhe e comece uma nova saga de casamentos e funerais. despeço-me com um tango bem sensual que é por causa das coisas e para fazer juz a este calor.

It's a GayChoice de hoje...

Sunday, May 08, 2011

de um deus desconhecido

acorda.
acorda repentinamente.
não sei que tens no corpo ou que tens em mente
mas te ofereço o meu dom.

acorda
que não sei o que posso mais desejar
senão uma eterna presença neste mundo que criei
e o maior amor que tenho
é poder entregar-te a vida que te desenho.

acorda das profundezas da terra.
abre os teus olhos ao que nunca se soube ver.
ao pecado do amor
e solta o que da terra há em ti
liberta a dor que vi de ti
espera o amor por ti
acorda do sonho em ti.

acorda.
abre tuas orbes ao meu rosto
concebe-me como o deus que te quer
concebe-me como o terror que te fere
escreve de mim o que se der
pois nada mais tenho a fazer da melancolia

acorda, simplesmente
Adão meu.