Wednesday, September 26, 2007

eterno penar

pedi-te que voltasses
perguntar-te-ia se me amas
e porquê?
sem saber a resposta
insistia em que me deixasses
por não nadares mais no meu mar.

sempre amei a forma como me olhavas
e como o teu corpo
queimava esta minha carcaça.
sempre supliquei que não saísses de casa
que não sumisses
que fosses sempre o meu silêncio antidepressico.

agora o tempo fecha-se
e eu perdi a noção das horas
mascarei meus olhos de luto.
- não sei se te amo
ou o meu corpo roi de auto-prazer
satisfatoriamente sem ti...

ouço-me perguntar por ti durante a noite
ouço-me a ver teus olhos em toda a parte
ouço-me a recusar estar contigo.

vejo...
não vejo...
tenho as pupilas a inflamar
vislumbro-me desconfortado
o ser ilha sem Deus.

recuso-me...
revolto-me...
deliro-me...
a impaciência...
descubro-me em múltiplas personalidades
as quais não domino
e que vejo espelhadas em toda a parte
alcanço-te no fim do monte
grande como o sol
assim que o atinjo logo rebolo
e o tormento volta eternamente.

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