Thursday, June 01, 2006

ocorre-me a ideia de ligar o computador e ver quem anda on-line. esta tarde está calor demais para estudar e não me apetece. enquanto de liga tiro as roupas e coloco-as em cima da cama. fico completamente nu em frente ao pc procurando engatar alguém com quem passar um tempo.
olho profiles de certos sites tentando ver quem anda perto e é fisicamente interessante. excito-me enquanto lá fora o calor continua a fazer-se sentir e a minha pele sua.
passo as mãos pelo peito e aperto os meus mamilos. imagino um daqueles gajos a lambermos e enquanto isso vasculho desesperadamente por alguém. ahhhhhh!!! porque é que os gajos mais interessantes são tão difíceis e as putas são demasiado fáceis?

acabo de sair da discoteca do costume e um gajo de carro passa por mim. não consigo resistir-lhe. ele pergunta se não quero ir com ele e eu faço-me logo ao piso. assim que arrancamos ele diz-me que éra casado até há pouco tempo mas que se divorciou e não procura agora uma pessoa para namorar, o que achei estranho e ele disse-me que já andava farto de estar casado.
ele leva-me por uma rua bastante escura onde sei que vão para lá pessoas de carro acompanhadas "bater umas". ele pára o carro e encosta-se à porta do quarto e olha-me de cima a baixo. levo a minha não às suas coxas e desliza depois até ao seu pénis que sentia começar a encher-se de tusa.
Depois de termos sido rápidos o suficiente ele arranca a toda a velocidade e deixa-me a uns cem metros de casa. assim que entro ponho-me no chuveiro e procuro esquecer o que se passou; não foi mau, não foi bom... teve o seu quê. melhores virão.

arrumo as minhas roupas e abro a minha mala de cosméticos. é noite. faz-se tarde... a tanga já está vestida e o resto do fato vai a caminho. a vida d artista tem a sua complicação. esta noite é o aniversário de um dos patrões da casa, por isso terei de fazer um espectáculo especial.
eis que chega a minha maquilhadora pessoal, quem trabalha bem tem dests regalias. de qualquer modo ela chega e refila por ainda não estar completamente vestido. "queres causar má impressão, logo hoje?" ao que respondo: "não me importava" mas ela percebe que estou na brincadeira e temos uma discussão simulada. a verdadew é que por detrás do palco muita coisa acontece...
depois de me ter ajudado a vestir, pega na sua maleta de trabalho e em algumas das minhas coisas. mistura os ingredientes como se de um alquimista se tratasse e pinta-me da ponta dos cabelos à ponta dos pés. não esquece nada.
hoje sou de branco. os meus olhos têm o reflexo do gelo e a minha boca parece que é a de um morto. o fato é também ele branco muito discreto mas por todo o corpo encontram-se sinais de uma estranha escrita; o meu numero será muito místico hoje. nada daquelas coisas que habitualmente costumo fazer, tipo marinheiros ou tropas. hoje o meu caminho é o tribal. a minha música de entrada faz-se ouvir e o meu corpo desliza para o palco como se para a forca fosse. as luzes estão sobre mim e o meu corpo ondula. não sei mais do que se tem andado a passar comigo nem das discussões intensas que tenho tido com os meus pais. o que importa é fazer as coisas bem feitas.

abro os olhos para a esquina da minha vida. durante anos passei por aqui e hoje sinto que esse tempo já passou há muito. durante noites percorri e esperei. sempre fui profissional, nunca deixando nenhum cliente insatisfeito. é verdade que quando comecei esta vida não a queria por nada; mas uma pessoa habitua-se. hoje sinto que envelheci demais. sinto que todas as roupas que comprei para trabalhar, algumas que me custaram balúrdios, não vão mais sair do armário; que o seu tempo já passou e que o dinheiro nelas gasto fora uma péssima ideia. mas agora é tarde para lamentar; nunca soube fazer outra coisa da vida e, pelo menos, da noite tenho tudo a meus pés.
sempre me trataram com respeito, ou não fosse eu quem sou.
de qualquer forma a noite continua sem mim. noites houve em que me chamavam para os lugares mais importantes para fazer recepção dos clientes e chamar mais gente a entrar. sempre me pagaram bem, nunca me senti injustiçada, também...
agora na noite ninguém me chama. poucos clientes me vêm parar às mãos... envelheci, não adianta tentar esconder; o meu tempo acabou e so me resta pegar em contactos que tenho para terminar a fazer algo que me dê que comer.

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