Tuesday, August 07, 2007

o ar que respiro não é mais que um conjunto de palavras a sufocar-me. mesmo quando não tenho nada para escrever, quando não percebo o que digo, apenas sei que tenho de o dizer. as folhas com que escrevo tornaram-se fantasmas que me perseguem para que continue a escrever. por vezes escrevo coisas bonitas. por vezes não sei se são bonitas, alguém que as aprecie. escrevo quase,por vezes, quase como se fosse forçado, por um invisível mestre a continuar a escrever. escrever, escrever, escrever, ler, escrever, parece que as letras me perseguem. com elas se pode fazer uma coisa interessante, com elas se podem construir mundos bem bonitos, com elas se pode defender uma pessoa, ajudar outra. mas são a minha maldição.
sinto-me como se fosse um herói de uma história de banda desenhada que perdeu a capacidade de agir no bem por fazer bem à humanidade, penso que sou forçado a isso, forçado a arranjar mais umas letras e a alinha-las e deslizar a minha mão por elas. todas elas são uma realidade que acabo de inventar, nada do que digo é real e ainda assim sinto-o real.

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