Saturday, December 19, 2009

um desvario não-totalmente-biográfico

tenho sofrido uma crise intelectual, nada me aparece de jeito na cabeça apesar de andar às voltas com mais de mil situações e com problemas que se não resolvem. a minha vida é mesmo assim e apesar disso não vejo motivo para que uma navalha se aproxime mais de mim como se fosse um doce encanto. não vejo motivo para continuar. penso que a minha crise se poderá dever a uma imensa preguiça intelectual. estou em situações que não me apetece andar, não apetece ler, não apetece escrever ou pensar em pensar em escrever. as coisas andam e o tempo não pára em grande vantagem do meu maior mal.
saber que me vão resolvendo as coisas mais imediatas da vida é um perfeito sinal de que me encontro como uma marioneta que apenas segue o fio condutor do tempo até ao limite final ainda por resolver. não coloco nisso qualquer problema, não sinto que seja em verdade um problema e a minha preguiça intelectual força-me a continuar como me encontro... sempre que me pergunto se o suicídio seria uma via interessante, percebo que me encontro demasiado fraco para o levar até ao fim. sou um completo doente a nível intelectual e que se conforma com isso... em todo o lado vejo pessoas iguais a mim, sentadas em frente a um televisor a saborear toda a informação que lhes é transmitida gratuitamente sem juízo de razão, ou vão acompanhando como ovelhas a opinião de um cardume. ouvimos todos o mesmo, sentimos o mesmo pelas mesmas coisas, tal é a mistura de químicos que nesses produtos alimentícios colocam,
vemos todos o mesmo, a todas as horas, se assim não fosse a nossa televisão apresentaria mais variedade de programas.
sem saber como continuo vivo, como se a morte esquecesse que existo, tal como se continuasse presa pela tia miséria do torga, não me apetece morrer nem que me matem, não me apetece viver, nem que me deixem viver... pudesse ao menos existir sem viver...

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