Friday, June 25, 2010

Mais uma GayChoice

E que falar nestes dias? Que escrever numa altura em que ninguém tem paciência para ler o que escrevo e até mesmo eu não tenho paciência para escrever... Farto de ressacas e com o calor à porta apenas apetece um cocktail servido numa praia por um moço bem simpático.
Sobre as aventuras e desventuras do Sócrates, ninguém tem mais interesse.
Sobre a crise da economia internacional e a queda do sistema actual, não me apetece escrever sobre algo que a maior parte das pessoas não vai ler mesmo - como se eu acreditasse que alguém vai ler este artigo até ao fim...
Sobre os movimentos planetários... posso começar por algo parecido; mas não me parece boa caldeirada. Tem muitas espinhas...
Bom, tenho de arranjar um título oficial interessante para este momento de leitura. Aqui vai (como vai correr, nem eu sei...):

AS ASAS DE EROS E A FINAL DO CAMPEONATO DO MUNDO DE FUTEBOL... EM PARIS!!!

O título é desafiante. Só depois de o escrever é que me apercebi da estupidez que vai sair.
Falemos de Eros... Há vários anos atrás, séculos mesmo, já se discutiam muitas coisas sobre o amor. O nosso amigo Platão colocou Sócrates, o filósofo, num jantar que descamba em orgia, a conversar com outras personagens sobre o deus do amor, Eros. Uma das personagens defendia que o amor é o mais antigo dos deuses uma vez que tudo o que existe é obra do amor. Por outro lado, outra das personagens defende que o Amor é o mais jovem dos deuses pois veio apaziguar o mundo envolvido nas guerras entre deuses e titãs. Deixo ao critério de cada um avaliar o que acham sobre o amor: a mais antiga das coisas existentes, o algo que apareceu depois de tudo criado para dar uma ordem ao mundo. À margem de tudo isto alguns livros eram escritos com as primeiras condutas de ética sexual. Os mais conhecidos são o Kama Sutra e o outro O Cântico dos Cânticos encontrado na Bíblia. Os nossos amigos da antiguidade tinham tanta imaginação...
Infelizmente o mundo deixou de procurar o amor como uma forma de conquista da felicidade por uma busca de um estado de êxtase. Uma das últimas interpretações que temos disto ao nível da história do Catolicismo é no caso de Santa Teresa de Ávila cujos poemas incluídos na flecha de fogo transparecem algum carácter sexual para um encontro mais próximo com Deus.
Assim sendo, (ainda há alguém a ler isto? Ainda bem.) devemos procurar um caminho, para uns mais porco, para outros mais puro e casto de modo a chegarmos aos nossos deuses.
Falo de DEUSES e cruzo-me com o Mundial de futebol. O que tem ele a ver com o livro O Banquete do Platão? A busca de uma perfeição; cada vez mais se querem os futebolistas como jovens modelos com os corpos musculados - às vezes exageradamente - a serem fotografados como objectos de campanhas de marqueting (escrito propositadamente, acordos ortográficos para quê!) em corrida para chegar às top models mais sensuais. Deste modo, não é de estranhar que neste meio comecem a aparecer as primeiras bichas. Falando em Bichas, sou uma delas, assim como uma amiga minha. Eu rapaz, ela rapariga, temos em comum o facto de os dois acordarmos a pensar em gajos. (Fica a homenagem a não sei quem.)
No sentido do futebol, temos que os rapazes que frequentam este desporto, cada vez mais misógino, a equivaler-se aos ginastas da antiga Grécia que recebiam instruções das pessoas mais velhas, inclusive a nível sexual. A pederastia era algo permitido, mas nem sempre admitido.
Falando em jovens deuses, de referir que algumas personagens estão em grande. É o caso de Miguel Veloso, como o vinho do Porto, cada vez mais bonito. Proponho que o pessoal que chegar a este ponto de leitura coloque o nome dos mais bonitos jogadores. Prometo oferecer postais autografados dos mesmos e os cromos mais raros do planeta.
Outra coisa que se encontra em grande avalanche, em grande euforia, em grande alarido é a vuvuzela. Este instrumento, cujo som se assemelha ao som de um elefante, faz-nos parecer mais gordos ao inchar as bochechas para o tocar. Além de andarmos fartos de ouvir relatos onde o som destes cornetins se sobrepõe ao som dos jornalistas, é de referir que a Assembleia da República de Portugal decidiu que era boa ideia falar nelas e colocar um ministro em pose completamente indecorosa, senão mesmo de pose de avestruz - onde meto a cabeça - a tentar proferir o nome de um objecto cónico oco.
Ora bem! Sou defensor da abolição das vuvuzelas neste planeta e da campanha Empresta-me-a-tua-vuvuzela-ups-parti-a. De qualquer maneira não posso deixar de referir que é com ela que remeto o meu último assunto.
Façamos uma experiência quase sexual:
Pousem a vuvuzela no chão com a ponta voltada para cima.
Sentem-se no chão com os vossos craques ao lado tipo como se estivessem num avião.
Esqueçam o futebol e imaginem uma viagem turística.
Olhem a vuvuzela.
Pensem que descem do avião e imaginem onde estão:

Nada mais romântico. Um jantar num barco a ver a torre iluminada. Proponho que a torre se passe a chamar vuvuzela.
O meu tempo se esgota e a final daqui a pouco está para aparecer. E dado que não quero saber dos aumentos dos impostos, das taxas de juros a subirem, ou da cada vez maior precaridade do trabalho, vamos mas é embebedarmo-nos e avinharmo-nos como os filósofos de Platão para entrarmos no puro esquecimento, mesmo não sendo a final entre o nosso país, que vença o melhor, ou o que ganhar, que somos a nação do quase...

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